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Aulas canceladas, Tietê transbordado e enchentes: chuva paralisa São Paulo

Luís Adorno e Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

10/02/2020 15h07Atualizada em 10/02/2020 20h01

Resumo da notícia

  • Em um dia, choveu em SP 66% do total esperado para o mês
  • Chuva causou congestionamentos, alagamentos e interrompeu serviços

O temporal que caiu entre a madrugada e a manhã de hoje paralisou São Paulo. Com alagamentos, quedas de árvores e congestionamentos, escolas e repartições públicas pararam de funcionar, e autoridades pediram à população para evitar sair de casa. Não há registro de feridos até o momento na capital.

A cidade chegou a ficar em estado de atenção no período da tarde e, no início da noite, registrava 60 pontos intransitáveis devido a alagamentos. Os rios Tietê e Pinheiros transbordaram, tornando alguns trechos das marginais intransitáveis e obrigando a prefeitura a suspender o rodizio de veículos.

Três pessoas estão desaparecidas em Botucatu, no interior do estado, segundo a Defesa Civil.

Em horas, metade da chuva esperada para um mês

A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente informou que choveu 66% do total esperado para o mês em cerca de três horas. A previsão é de que a chuva continue durante toda a tarde, diminua na terça-feira (11) e pare na quarta-feira (12).

De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, órgão da prefeitura), áreas de instabilidade associadas a chegada de uma frente fria provocaram chuva com intensidade variando entre moderada a forte em um período de aproximadamente três horas, o que formou alagamentos e transbordamentos de rios e córregos em toda cidade.

Chuva alaga estacionamentos na zona oeste

Aulas suspensas e serviços públicos paralisados

Ao todo, 37 escolas estaduais e 43 municipais tiveram as aulas suspensas. Colégios privados também foram afetados pela forte chuva e interromperam a programação normal.

Órgãos importantes, como PF (Polícia Federal), Justiça e MPF (Ministério Público Federal) também tiveram trabalhos interrompidos.

Segundo a prefeitura, 41 unidades básicas de saúde não abriram hoje por causa das enchentes.

Pátio do colégio Santa Cruz - Reprodução/WhasApp - Reprodução/WhasApp
Pátio do colégio Santa Cruz, na zona oeste de São Paulo, fica alagado após chuva
Imagem: Reprodução/WhasApp

Rios Pinheiros e Tietê transbordados

Com o grande volume de água, o rio Tietê transbordou e o Pinheiros atingiu o maior nível de água desde 1967. As marginais tiveram trechos travados.

O rodízio de veículos foi suspenso no início da manhã — situação que se mantém durante todo o dia.

A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) chegou a interromper a operação em três de suas linhas (7-rubi, 8-diamante e 9-esmeralda). Segundo atualização das 14h31 do site da empresa, só a linha 9, instalada ao lado da marginal Pinheiros, tem trechos bloqueados no momento —os trens só circulam entre Grajaú e Santo Amaro.

O metrô opera normalmente.

Chuva forte causa alagamentos em São Paulo

Covas não usou toda verba de combate a enchentes

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou que pessoas que perderam algum bem podem solicitar às subprefeituras isenções no IPTU.

Por meio de nota, o governador João Doria, em viagem em Dubai, afirmou que desde cedo acompanhou a situação da chuva que atingiu São Paulo.

No último ano, o orçamento da cidade de São Paulo destinou R$ 300 milhões para combater enchentes e alagamentos, mas Covas só aplicou R$ 50 milhões. Também havia R$ 4 milhões orçados para investimentos no sistema de drenagem, e nada foi gasto.

Em 2017 e 2018, o então prefeito e atual governador, João Doria (PSDB) aplicou cerca de um terço de toda a verba orçada para combate a enchentes e alagamentos: de R$ 824 milhões, inseriu R$ 279 milhões.