Governador rebate advogada contrária à quarentena: "Lamento sua ignorância"
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), rebateu a advogada Roberta Coltro, contrária à quarentena, que lhe questionou sobre o desemprego e a falta de liberdade individual durante o período da pandemia do novo coronavírus no estado. A saia justa ocorreu durante participação do político no programa "Atualidades", da TV Pampa, afiliada da RedeTV! no Rio Grande do Sul.
"Diferentemente de alguns colegas meus, no meu ponto de vista, o senhor está sendo uma grande decepção. E eu dou voz a milhares de gaúchos que pensam da mesma forma e que, neste momento, estão muito preocupados com a falta de liberdade individual, que tiranamente nos foi retirada e na falta de equilíbrio, entre permitir quem pode, fique em casa, e quem precisa, trabalha", iniciou a advogada.
"Diante de tantas dificuldades e de tanta desigualdade social, o que o senhor vem a nos dizer, e principalmente aos gaúchos, que não têm mais os seus empregos ou seus negócios, e com a situação de informalidade gravíssima. Por favor, como o senhor vai nos trazer de volta os empregos, essa oportunidade, essa dignidade, que o senhor lamentavelmente nos retirou de uma forma, do meu ponto de vista, de tirana", completou a pergunta.
O governador ouviu a indagação atentamente e, em seguida, respondeu. "Olha, Roberta, eu respeito a sua decepção, não tenho aspiração de agradar a todos, e lamento profundamente a sua ignorância e seu desprezo pela vida. Ignorância porque ignora o que está acontecendo no mundo, inclusive no Brasil, em outros estados, que estão colapsando o seu sistema de saúde", disse.
"A senhora, Roberta, talvez, tenha condições de se proteger de outra forma, mas a maior parte da população não tem condições de isolar apenas as pessoas do grupo de risco, em suas casas. A maior parte da população vive em pouco metros quadrados. Então, isto é uma ignorância porque ignora o que os países subdesenvolvidos estão fazendo", acrescentou.
Durante a fala, Leite também não descartou a possibilidade de se realizar o chamado lockdown —termo em inglês, que significa o confinamento— no estado.
"Mas se observarmos algum tipo de risco, poderá ser estudado, futuramente, o lockdown, assim como outros países fizeram. Nós queremos evitar isso. E é justamente para se evitar isso, [o lockdown], que traz prejuízos econômicos muito maiores, que tomamos essas medidas hoje", avaliou.
Segundo a secretaria estadual de Saúde, o Rio Grande do Sul registrou até agora 2.129 casos oficiais em 169 municípios do estado. Ao todo, foram 90 óbitos em decorrência da doença e 1.132 pacientes recuperados.
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