Governo de SP impedirá manifestações contrárias no mesmo dia e local
O governo de São Paulo vai impedir que manifestações contra e a favor ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aconteçam no mesmo dia, local e horário. O anúncio foi feito hoje pelo governador João Doria (PSDB), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com ele, a medida será adotada para evitar confrontos de rua que poderiam servir como combustível para discursos autoritários.
"Tudo que nós não precisamos neste momento é de confronto. O confronto não fortalece a democracia, ao contrário, enfraquece. E justifica, lamentavelmente, o discurso autoritário daqueles que pretendem retomar a ditadura no Brasil e desejariam justificar por confrontos públicos em ruas, praças e avenidas a necessidade de intervenção militar", disse o governador.
Doria voltou a dizer que a Polícia Militar não tem um lado e que a ação de ontem, que terminou com o uso de força policial para dispersar uma manifestação na Avenida Paulista, evitou resultados graves.
"Estamos de acordo para que não tenham manifestações no mesmo local, no mesmo dia. Graças à Polícia Militar, ontem evitamos resultados gravíssimos", disse Doria.
A decisão para não haver manifestações com posições contrárias foi tomada em conjunto com a Prefeitura de São Paulo. Há preferência pelo uso dos finais de semana para protestos.
"Por isso a decisão para que marquem em dias distintos, com acompanhamento da Polícia Militar de São Paulo. A orientação é para que seja aos finais de semana, em dias distintos e jamais no mesmo dia, local e horário", afirmou o governador.
PM vai controlar material levado a atos
O secretário estadual de Segurança Pública, general João Camilo Pires Campos, afirmou que a Polícia Militar vai começar a fazer uma triagem para controlar o material que pode ingressar em manifestações. Neste domingo, uma mulher estava na avenida Paulista com um taco de beisebol.
"Nas próximas manifestações, vamos buscar ainda mais efetividade no controle ao material que se leva, como que as manifestações ocorram em dias separados para que não possa haver o conflito", afirmou o secretário de Segurança Pública.
A medida obedece a uma determinação do governador. Durante a entrevista coletiva, Doria declarou que a orientação é "redobrar as revistas nos locais de manifestações".
O general Campos ainda fez um balanço dos feridos. Ele disse que poderia ter ocorrido uma briga de grandes proporções sem a intervenção da PM. O secretário de Segurança Pública também fez um balanço de feridos.
"Tivemos dois [manifestantes] com feridos com ferimentos leves. Um agredido por skinheads, um fotógrafo, e outro que teve um ferimento no pé. Falei que nem todos foram para manifestar serenamente. Houve agressões que desandaram naquilo que vimos. Nossas forças agem, como já diz, para proteger as pessoas e evitar sempre o conflito e violência".
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