PM nega excessos contra atos em SP e diz que 'polícia não tem ideologia'
O coronel Álvaro Batista Camilo, secretário-executivo da Polícia Militar de São Paulo, defendeu hoje a atuação da corporação nas intervenções realizadas ontem durante as manifestações na Avenida Paulista. Ele negou excessos da PM e disse que a "polícia não tem lado", em referência a acusações de proteger os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"A polícia atuou corretamente dos dois lados, houve emprego de munição química dos dois lados. A polícia não tem lado, não tem ideologia", disse hoje o coronel em entrevista à CNN. "Não houve excesso da polícia, inclusive a polícia só acompanhou os manifestantes, retirando a possibilidade de confronto", completou.
As manifestações de ontem na Paulista começaram com protestos convocados por torcidas organizadas antifascistas de Corinthians e Palmeiras, ainda no início da tarde. Por volta das 13h, a manifestação que se dizia a favor da democracia já juntava centenas de pessoas e chegou a bloquear a avenida no sentido Consolação.
Em torno das 14h, uma manifestação pró-Bolsonaro cruzou com os torcedores e houve dois momentos de início de confronto, mesmo com um cordão de isolamento formado pela PM. Na segunda oportunidade, bombas de gás lacrimogêneo lançadas pelos policiais acabaram dispersando os manifestantes, com artefatos jogados apenas em direção ao protesto convocado pelas torcidas.
"Tenho plena noção de que a polícia de São Paulo, isso tudo sob orientação do próprio governo - o governador (João Dória) chegou a falar pessoalmente conosco de manhã - foi nessas duas linhas: proteger pessoas e garantir o direito de manifestação de qualquer lado. Não teve pendência para nenhum lado", garantiu coronel Camilo.
O secretário-executivo da PM reforçou a versão de que a corporação só agiu para impedir o confronto dos manifestantes. Ele também disse que algumas pessoas arremessaram objetos contra os policiais. "Os dois grupos tinham pessoas radicais. E tinham pessoas que não estavam ali para se manifestar", disse o coronel.
"A gente sempre aprende e está sempre aberto a aprender. Se tiver que ser feito algum ajuste será feito. Não tenho conhecimento de nenhum excesso, mas se tiver será apurado", concluiu Camilo.
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