Sargento da PM de SP matou jovem Guilherme, de 15 anos, aponta investigação
A Polícia Civil aponta o sargento Adriano Fernandes de Campos, 41, do Baep (Batalhão de Ações Especiais) de São Bernardo do Campo como um dos autores da morte do adolescente negro Guilherme Silva Guedes, 15. A investigação segue em andamento para confirmar a suspeita.
O adolescente desapareceu na madrugada de domingo (14), na Vila Clara, região de Americanópolis, zona sul de São Paulo, e foi encontrado horas depois em Diadema, cidade do Grande ABC, com dois tiros na cabeça e com muitas marcas de agressão espalhadas pelo corpo.
Duas investigações paralelas e que não estavam trocando informações até a manhã de hoje estão em andamento: uma pela Corregedoria da PM, outra pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), da Polícia Civil.
"O sargento seria Adriano Fernandes de Campos do Baep de São Bernardo do Campo, que faria a segurança de um canteiro de obras ao lado da casa do menino", informou o delegado Fábio Pinheiro, diretor do DHPP ao UOL.
De acordo com o delegado, "o sargento da PM foi identificado como um dos autores". Segundo a polícia, antes da realização da perícia, porém, não é possível afirmar que foi ele quem atirou em Guilherme. A Corregedoria deteve o sargento durante a tarde.
Um outro soldado da PM, identificado como Paulo, também é suspeito de ter participado diretamente da morte do adolescente. "Soubemos informalmente que eles ouviram o soldado Paulo e teriam liberado o mesmo", informou o delegado. DHPP e Corregedoria se reuniam na tarde de hoje.
O sargento, que já foi da Tropa de Choque em 2018, tem holerites datados de São Bernardo desde 2013. Ele é dono da empresa de segurança privada Campos Forte Portaria Ltda. Seu sócio na empresa privada é seu pai, o sargento aposentado Sebastião Alberto de Campos.
Os dois foram flagrados em uma câmera de segurança que está sob posse do DHPP. Segundo a Polícia Civil, o sargento aparece com um outro policial militar. Em determinado momento, é possível observá-lo com uma arma de fogo em mãos.
Guilherme teria sido vítima de vingança. Segundo as investigações, um galpão da região foi roubado no domingo. O vigia que estava no galpão chegou a ligar para o 190, mas desistiu de denunciar após o sargento ter prometido que resolveria por conta própria, ainda de acordo com a investigação.
A investigação aponta que o carro do filho de um dos dois policiais militares circulou pela região onde Guilherme foi pego. A reportagem ligou para o Baep do sargento, pediu uma entrevista com ele, mas recebeu uma negativa. A reportagem não localizou a defesa dos policiais.
O secretário-executivo da PM, coronel Alvaro Batista Camilo, afirmou na tarde de ontem que não havia indícios de envolvimento de policiais militares na morte de Guilherme, o que já vinha sendo dito pelos familiares do adolescente. Horas depois, a polícia passou a suspeitar de dois PMs.
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