Estudante picado por naja exercia medicina veterinária ilegalmente, diz MP
O MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) alegou que o estudante Pedro Henrique Krambeck, picado por uma cobra naja no dia 7 de julho, exercia ilegalmente a medicina veterinária, ao se posicionar de maneira favorável à prisão temporária, cumprida hoje pela Polícia Civil do Distrito Federal. Krambeck é suspeito de integrar um esquema criminoso que envolve tráfico de animais.
Segundo a Prodema (Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural), vídeos e fotos obtidas pelo MP nas investigações mostram o estudante fazendo uma cirurgia em uma serpente, o que poderia caracterizar o exercício ilegal da medicina veterinária. O órgão afirmou que foram apreendidas espécies de fauna silvestre e animais exóticos durante o cumprimento da prisão temporária.
O Ministério Público ainda afirmou que Krambeck estaria agindo para atrapalhar as investigações ao ocultar provar. Ele foi preso na quarta fase da operação Snake. Na terceira fase, o amigo de Pedro que teria ocultado cobras, Gabriel Ribeiro de Moura, também foi preso temporariamente.
Segundo informações da Polícia Civil, o mandado prisão foi cumprido na residência do suspeito, na região administrativa do Guará. A 1ª Vara Criminal do Gama decretou a prisão temporária diante de indícios de que Pedro Henrique estivesse destruindo provas relacionadas a crimes ambientais apurados pela autoridade policial.
Na última semana, uma reportagem do jornal Correio Braziliense informou que uma testemunha ouvida pela polícia do Distrito Federal afirmou que Pedro Henrique, 22 anos, comprava e vendia cobras exóticas desde 2019. A testemunha, que é um conhecido do estudante, disse em seu depoimento saber que Krambeck mantinha cobras em casa e que ele as vendia ilegalmente.
Após o estudante ser picado pela naja, criada dentro do apartamento onde mora com os pais, a polícia recebeu denúncias anônimas e chegou até um haras onde havia mais 16 cobras de espécies exóticas.
A polícia suspeita de tráfico nacional ou internacional de animais, com a reprodução das cobras. Os oficiais também acreditam que o jovem, junto a outros colegas da faculdade, usava as serpentes para produzir soro antiofídico ilegalmente. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) aplicou R$ 78 mil em multas para a família dele.
Pedro Henrique Krambeck ficou hospitalizado por mais de uma semana e chegou a entrar em coma após o incidente. Como a cobra naja não é natural do Brasil, só existia uma dose de soro antiofídico no país para tratar a picada. O medicamento teve que ser enviado para o estudante do Instituto Butantan, em São Paulo. Originária da África e da Ásia, a naja é uma das cobras mais venenosas do mundo.
Um perito médico-legista acompanhou a diligência para verificar as condições de saúde do homem alvo da operação. Havia a notícia de ele estar com a saúde supostamente fragilizada em razão de ter recebido alta de internação em UTI há poucos dias.
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