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Garis acham R$ 200 no lixo e devolvem para a dona; diarista pagaria escola

Aroldo e Cleinaldo trabalham na limpeza urbana do município de Belford Roxo e devolveram R$ 200 reais que encontraram no lixo - Reprodução/Facebook/Prefeitura de Belford Roxo
Aroldo e Cleinaldo trabalham na limpeza urbana do município de Belford Roxo e devolveram R$ 200 reais que encontraram no lixo Imagem: Reprodução/Facebook/Prefeitura de Belford Roxo

Do UOL, em São Paulo

30/07/2020 14h24

Cleinaldo Moreira de Souza Pires, 24, e Aroldo Henrique de Oliveira, 35, são dois garis que trabalham na limpeza urbana no município de Belford Roxo, no Rio de Janeiro. Ambos são responsáveis por devolver a uma diarista os R$ 200 reais que encontraram durante o seu trabalho na coleta urbana, no último dia 7.

Os trabalhadores encontraram o valor enquanto jogavam um latão com lixo na caçamba do caminhão que trabalham. Eles avistaram uma sacola plástica e um carnê junto com o dinheiro.

Ambos esperaram acabar o turno de trabalho para poder ir até a escola e procurar a aluna cujo nome estava no carnê. No local foram informados o endereço de Luzinete, a diarista que perdeu a quantia. Chegando até a casa da mulher, que ganha cerca de R$ 600 reais por mês, devolveram o dinheiro.

"Estava indo pagar a escola da minha sobrinha quando tudo aconteceu. Eu carregava uma sacola de lixo e a sacola verde com o carnê e o dinheiro. Na hora de jogar o lixo na caçamba, caiu tudo da minha mão e eu não percebi. Só dei falta depois. Fiquei desesperada", contou Luzinete ao O Globo.

A diarista ainda chamou os profissionais de limpeza urbana de "anjos" por devolverem o dinheiro. "Deus colocou estes dois anjos em meu caminho. Na hora, fiquei feliz e emocionada ao mesmo tempo. Cheguei a chorar. Os dois tiveram uma imensa boa vontade em me ajudar."

Os dois coletores contaram que possuem dificuldades financeiras e têm muitas dívidas para pagar com o pouco mais de um salário mínimo que ganham mensalmente. Apesar das dificuldades, ressaltam que em nenhum momento pensaram em ficar com o dinheiro de Luzinete.

"Somos pobres e sabemos que qualquer dinheiro faz falta. A gente sabia que estava fazendo falta para quem perdeu. Além disso, minha mãe sempre me disse que não podemos ficar com o que não é nosso", contou Cleinaldo.

Aroldo se emociona ao lembrar do momento em que ele e o amigo devolveram o dinheiro à Luzinete.

"Foi gratificante. Também já fui criança e sei que estudar é muito importante. Sabia que sem aquele dinheiro seria difícil para pessoa conseguir pagar a escola. Além disso, tive uma criação boa e minha mãe sempre ensinou que devemos ser honestos. A dona Luzinete nos agradeceu muito e ficou bastante emocionada", relembrou.

A prefeitura do município também compartilhou a história nas redes sociais: