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Witzel diz que atuação da polícia está 'limitada por determinação judicial'

Governador do RJ, Wilson Witzel - Adriano Machado
Governador do RJ, Wilson Witzel Imagem: Adriano Machado

Do UOL, em São Paulo

27/08/2020 17h30

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), utilizou as redes sociais para afirmar que "por determinação judicial, a atuação das polícias está limitada no RJ". A fala de Witzel ocorre no segundo dia de conflitos entre facções rivais no Complexo do São Carlos, no bairro do Rio Comprido, na região central da capital fluminense.

"A segurança pública é nossa prioridade, mas, por determinação judicial, a atuação das polícias está limitada no RJ", escreveu o governador no Twitter. "Embora a polícia enfrente limitações para intervir em confrontos no interior das comunidades, esses bravos homens e mulheres estão na linha de frente para minimizar as consequências de uma guerra entre narcotraficantes que desde ontem aterroriza moradores da região central do Rio", acrescentou.

Embora não tenha citado diretamente o STF (Supremo Tribunal Federal), é ao Tribunal que o governador se refere quando aponta que a polícia não pode atuar "por determinação judicial". Desde junho, uma liminar — decisão em caráter provisório — do Supremo determina a proibição de ações policiais em favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia do novo coronavírus. Em agosto, a Corte manteve a proibição.

"A impossibilidade da presença permanente da força policial no interior das comunidades deixa parcela da sociedade do Rio de Janeiro refém do controle pelos narcoterroristas que fazem das áreas de domínio nas comunidades seus grandes bunkers e expandem livremente sua atuação", disse o governador na rede social.

O conflito entre as facções é decorrente de uma tentativa de invasão de traficantes rivais para tomada do conjunto de favelas. Até agora, ao menos duas pessoas morreram e seis foram baleadas.

Ontem, em meio a um tiroteio na região, uma mulher, que tentava proteger o filho de 3 anos, morreu; a família chegou a pedir auxílio do Corpo de Bombeiros, mas os agentes foram impedidos de chegar até o local pela troca de tiros que ocorria na área. Além dela, um homem ainda não identificado também veio a óbito.

Ao menos seis pessoas foram feridas; três são suspeitos e outras três vítimas de bala perdida. Há também relatos de sequestros com reféns em condomínios da área.

Polícia Civil detectou plano de invasão há 2 semanas

A Secretaria de Estado de Polícia Civil informou que há cerca de duas semanas o setor de inteligência da 6ª DP (Cidade Nova) detectou movimentação de traficantes de uma facção que pretendiam tomar o território de comunidades que fazem parte do Complexo do São Carlos.

Segundo a polícia, na ocasião, não foi possível definir a data e o horário da invasão, que teve início na tarde de ontem. A informação foi então repassada à Inteligência da Polícia Militar.