Principal líder do PCC em liberdade é acusado de rastrear autoridades
Marcos Roberto de Almeida, conhecido por Africano ou por Tuta, é o principal alvo da operação de hoje do MP (Ministério Público), que mira suspeitos de assumirem a liderança da facção. Segundo as investigações, ele é a maior liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) nas ruas atualmente.
Almeida é apontado como integrante da célula "restrita", responsável pelo levantamento de endereços de autoridades e de policiais alvos de possíveis atentados da organização criminosa.
Em maio do ano passado, o Gaeco e policiais da Rota deflagraram a operação Jiboia para tentar prender Almeida e outros seis suspeitos de pertencer à célula "restrita". Foram expedidos mandados de busca e apreensão contra o grupo.
Em um dos endereços de Almeida, na avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, bairro nobre da capital paulista, foi encontrado um Porsche Macan branco. Em outro local, no bairro de Campo Grande, também área nobre, foram apreendidos celulares, notebook, R$ 182.620 em espécie, além de um cartão de um consulado africano. Não havia ninguém nos imóveis.
O MP apurou que a quadrilha alugou um carro no aeroporto de Guarulhos no início de maio do ano passado e colocou logotipo de uma operadora de TV por assinatura. O veículo, ocupado por dois homens, foi até um condomínio onde moravam três capitães da Polícia Militar que trabalham para o Gaeco.
Na portaria, eles afirmaram que foram lá para averiguar a intensidade do sinal da operadora, mas, como não tinham nomes de nenhum cliente, foram barrados na portaria. No entanto, foram fotografados e ainda deram seus nomes verdadeiros, apesar de incompletos.
Em seguida, o carro foi para um outro condomínio, onde mora um promotor de Justiça. A suspeita é que os dois homens levantaram informações sobre os hábitos e a rotina da autoridade. Eles foram identificados e foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços deles.
A operadora afirmou à polícia que os dois não prestavam serviço para ela. Informou, também, que não é padrão prestar serviço em determinado lugar sem ter o nome de clientes.
As investigações apontaram que a célula "restrita" planejava matar, além dos três capitães, o promotor e, também, um dos parlamentares mais votados de São Paulo e dois ex-secretários de Estado.
Em maio do ano passado, nos desdobramentos da operação Jiboia, a Rota, ao cumprir os mandados de busca e apreensão, acabou prendendo três homens porque, na casa deles, havia grande quantidade de drogas, além de materiais relacionados à contabilidade da facção criminosa.
Os três foram condenados pela Justiça. O processo que investiga as ações da célula "restrita" correm em segredo de Justiça.
Operação de hoje
A operação de hoje, contra suspeitos de terem assumido o controle do PCC, abrange 12 mandados de prisão e cerca de 40 de busca e apreensão no estado de São Paulo.
Um suspeito foi morto na Praia Grande, no litoral. O Ministério Público havia informado, pela manhã, que cinco suspeitos haviam sido presos. Mais tarde, corrigiram a informação e disseram que foram quatro.
De acordo com a investigação do Gaeco, o atual comando da facção seria composto por 21 pessoas. Entre os atuais chefes, alguns estariam vivendo foragidos no Paraguai, na Bolívia e no continente africano.
O MP paulista classifica a operação de hoje como a mais importante desde a que transferiu os líderes da facção para o sistema penitenciário federal, em fevereiro do ano passado.
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