Jovem cai de barranco de 20 m e sobrevive: 'Só pensava em não bater cabeça'
A supervisora administrativa Maiara Busnello, de 22 anos, sobreviveu após cair de um barranco de 20 metros. A queda aconteceu na segunda-feira (12) quando ela e um grupo de amigos faziam uma trilha na área rural de Xanxerê (SC), a 510 quilômetros de Florianópolis. Maiara sofreu fratura exposta na perna, precisou ser operada e ainda está internada.
A jovem contou ao UOL que o grupo combinou de fazer o passeio naquele mesmo dia. A trilha é de difícil acesso, só podendo passar uma pessoa por vez, explicou Maiara. "Eu era uma das últimas pessoas. Primeiro eu pisei em uma pedra e acabei me desequilibrando, mas eu consegui me segurar e na hora que estava me erguendo eu pisei novamente em outra pedra e acabei caindo", detalha.
Durante a queda, ela só pensava em se proteger de pedras e galhos. "Quando comecei a cair só pensava: 'não posso bater a cabeça'. Eu sentia os galhos rasgando minhas roupas e, quando choquei em uma pedra, caí de cara na água. Naquele momento eu também pensava em não me afogar", explica.
Quando ela finalmente parou, percebeu que não tinha batido a cabeça e nem fraturado a coluna. Mas ficou assustada quando viu a perna. "Bateu o desespero pois eu enxergava o osso da perna. Eu senti que ia desmaiar."
Uma amiga, estudante de enfermagem, ajudou a conter o sangramento com uma toalha até a chegada dos Bombeiros, o que levou 20 minutos. No local não havia sinal de celular e, por isso, um outro amigo foi até um ponto mais alto e acionou a emergência. "Quando eles chegaram, a primeira coisa que fizeram foi me tirar da água e me colocar em uma superfície seca", relata.
Conforme o bombeiro comunitário Alexandre Pereira Issler, um dos que atenderam a ocorrência, foi preciso caminhar 300 metros até chegar ao local onde ela caiu. "Além da fratura exposta, ela tinha dificuldade para respirar, sentia um pouco de dor e estava um pouco hipotérmica, pois a roupa estava molhada. A gente cobriu com manta térmica para manter o calor e imobilizamos a perna", explica o bombeiro.
Resgate levou duas horas
A parte mais complicada foi subir de volta com Maiara. A jovem explica que os bombeiros tiveram que esperar apoio e abrir uma nova trilha para poder chegar à ambulância. "Levamos umas duas horas para fazer esse resgate. O local é de difícil acesso."
Já no hospital, a supervisora administrativa foi direto para a cirurgia, na qual levou 24 pontos na perna, que foi enfaixada. Ela deve permanecer internada até sábado.
Passado o susto, Maiara ainda não sabe se vai voltar a fazer trilhas. "A primeira coisa que eu pensei depois disso tudo é 'nunca mais vou pisar num lugar desses'. Mas não sei, talvez eu volte."
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