Com UTIs cheias por covid-19, Prefeitura do Rio cancela festa de Réveillon
A Prefeitura do Rio de Janeiro cancelou hoje a festa de Réveillon oficial da cidade em razão do novo coronavírus. Até então, o evento aconteceria em formato digital e sem a tradicional queima de fogos.
De acordo com a prefeitura, a decisão foi motivada "em favor da segurança de todos e em respeito a todas as vítimas". A decisão foi tomada em meio ao aumento de casos e óbitos por covid-19 na cidade, que enfrenta uma longa fila de pacientes aguardando vagas para internação hospitalar e taxa de ocupação de leitos de UTI perto do limite da capacidade.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na rede SUS - que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais - no município é de 89%.
A expectativa da prefeitura era transmitir o Réveillon pelas mídias digitais e TV, fugindo das festas de virada do ano que provocam aglomerações em toda a cidade.
"Esta é uma decisão necessária para a proteção de todos. A festa será a da esperança por bons resultados das vacinas para conter a pandemia. Será ainda um momento de reflexão sobre um ano difícil, de luta, com lamentáveis perdas de tantas pessoas", disse o prefeito Marcelo Crivella.
Ontem, o MPF (Ministério Público Federal) ingressou com uma ação civil pública para tentar impedir a realização de festas particulares em quiosques da orla do Rio de Janeiro no Réveillon —a prefeitura havia autorizado que os estabelecimentos montassem cercados na faixa de areia, além de cobrar ingresso.
De acordo com nota técnica de pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o aumento de casos no estado "já está provocando grande estresse no sistema de assistência à saúde".
Segundo o documento, é "urgente que as autoridades governamentais implementem ações para o enfrentamento desse novo aumento de casos de covid-19", incluindo o fechamento das praias, proibição de eventos presenciais e uma possível decretação de lockdown.
Sistema de saúde à beira do colapso na capital
Com quase 90% das UTIs da rede pública voltadas para pacientes com covid-19 ocupadas, o sistema de saúde da capital fluminense está à beira de um colapso. Hoje, há cerca de 250 pessoas com sintomas graves da doença à espera de vaga. Na rede privada, a situação é ainda pior, com lotação de 97% dos leitos e pacientes em estado grave nas emergências à espera de UTI.
Em meio a esse cenário, 16 mil profissionais de saúde do município estão com os salários atrasados —entre eles, funcionários do Hospital Ronaldo Gazolla, unidade de referência para covid-19, e do Hospital de Campanha do Riocentro, voltado exclusivamente para a pandemia.
Niterói também suspende festas
O município de Niterói também cancelou as comemorações de Réveillon nas praias para evitar aglomerações em meio à pandemia da covid-19. A decisão, do último dia 8, segue orientação do comitê científico e do gabinete de crise da prefeitura.
A suspensão se estende a casas de festa, bares, clubes, restaurantes e demais eventos com venda de ingresso.
"Nossa orientação é que não haja nenhum tipo de evento de Réveillon que não seja o das famílias, com pessoas que já estão convivendo", explicou o prefeito Rodrigo Neves durante transmissão ao vivo nas redes sociais. "Queremos evitar aglomerações para que, no dia 15 de janeiro, após o Ano Novo, a gente não tenha uma situação de calamidade na Saúde."
De acordo com Neves, os casos de covid-19 em Niterói estão aumentando, apesar das medidas de segurança.
"Niterói tem uma margem de leitos para atender a população e um controle maior da pandemia do que as cidades vizinhas, mas estamos percebendo um aumento nos casos. Não é necessário, neste momento, fazer restrição de atividades econômicas ou lockdown, mas é importante que a gente adote novas medidas", disse.
(Com Reuters)
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