Rio teve 16 bairros com gosto na água acima do aceitável em janeiro

Relatório divulgado pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) aponta que 16 bairros do Rio de Janeiro estiveram com gosto na água acima do aceitável em janeiro. As medições foram feitas pela companhia entre 4 de janeiro e 2 de fevereiro. Segundo a Cedae, a água já apresenta melhoras e está sendo renovada.

O Ministério da Saúde determina que o gosto e o cheiro da água só devem chegar ao limite máximo de indicador 6. Nesses locais, a intensidade do gosto chegou a 8. Com relação ao odor, este ficou dentro do limite.

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Todas as medições que registraram alta no indicador foram feitas a partir do dia 27 de janeiro. Em alguns bairros, o indicador ficou elevado em mais de duas medições. Ficaram com o indicador 8 os bairros de: Campo Grande (medição em 27/01 e 28/01); Tijuca (27/01 e duas em 28/10); Grajaú (27/01); Realengo (28/01); Praça Seca (28/01); Vila Isabel (28/01); Olaria (28/01); Taquara (29/01); Jacarepaguá (29/01); Jardim Botânico (29/01); Cachambi (29/01); Gamboa 29/01); Horto (31/01); Engenho Novo (31/01); Encantado (31/01) e Pilares (01/02). (Veja aqui os locais de coleta)

Em nota, a Cedae informou ao UOL que "as últimas análises de gosto e odor, realizadas na saída da Estação de Tratamento do Guandu e divulgadas no site da Companhia, já apontam níveis em redução (até 6, conforme padrão exigido pelo Ministério da Saúde). Ou seja, a água que sai da estação para a rede de distribuição apresenta melhora nesses aspectos desde o dia 30/01".

Ainda de acordo com a companhia, "os laudos de gosto e odor publicados ontem no site da Cedae foram feitos com base em coletas anteriores, portanto, esta água já está sendo renovada em toda rede de distribuição".

Ano começou com novas reclamações de moradores

No mês passado, moradores de diversos bairros voltaram a reclamar do gosto e cheiro forte da água distribuída pela Cedae, que estava chegando turva e com gosto de terra. A situação já havia acontecido no começo de 2020. Na época, o problema ficou conhecido como "crise da geosmina". A geosmina é um composto orgânico produzido por micro-organismos.

Em resposta a essas reclamações a Cedae afirmou em nota que os níveis encontrados foram "muito baixos". "A água distribuída no Rio de Janeiro encontra-se dentro dos padrões de potabilidade e consumo. Os resultados da análise das amostras por laboratório externo apresentaram traços de geosmina/Mib em níveis muito baixos, o que explica as alterações de gosto e odor, mas ainda assim atende aos parâmetros do Ministério da Saúde", diz o comunicado do dia 28.

Além disso, a Ceda informou que aumentou a dose de carvão ativado, que atua na remoção da geosmina, utilizado no tratamento da água e solicitou aos laboratórios a redução do prazo no envio dos resultados de concentração de geosmina/Mib e gosto e odor, o que confere mais agilidade na operação de controle de qualidade.