SP suspende Operação Descida e reduz faixas em direção ao litoral
O governo de São Paulo anunciou hoje que suspenderá a Operação Descida do sistema Anchieta-Imigrantes pelas próximas semanas. O objetivo é evitar que a população da Região Metropolitana de São Paulo aproveite os feriados que foram antecipados pela Prefeitura da capital para acessar o litoral e as cidades da Baixada Santista.
Atualmente, o estado vive seu pior momento da pandemia e está na fase emergencial do Plano São Paulo desde a última segunda-feira (15), com apenas atividades essenciais em funcionamento, mas ainda assim com restrições. Em Santos, além das praias, o calçadão da orla será fechado a partir de amanhã. Na região, é avaliado a possibilidade de se decretar um lockdown.
Além da suspensão da Operação Descida, que costuma dedicar mais faixas para a descida ao litoral, o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), também afirmou que o fluxo de veículos nas duas rodovias será restringido, com a interdição de faixas no sentido às praias mais próximas da capital.
"Quarentena não é férias. Faremos tudo para desestimular o deslocamento de pessoas para o litoral ou outras cidades turísticas", afirmou o vice-governador durante entrevista coletiva sobre a pandemia.
A princípio, a medida vale até 30 de março, mas Garcia confirmou que a gestão do governador João Doria (PSDB) deve estender as ações até o fim do período dos feriados na capital, que duram do dia 26 até 4 de abril. Também é considerado incluir ainda mais um feriado antecipado no período, este estadual, de 9 de julho (Revolução Constitucionalista).
João Octaviano, secretário estadual de Logística e Transportes, disse que a medida foi uma demanda dos prefeitos da Baixada, já que a região vem apresentando alta no número de internados nas últimas semanas e teme o risco de colapso do sistema de saúde com a chegada de turistas.
"Pela primeira vez vai ser feita a suspensão da Operação Descida, fruto da demanda de prefeitos, liderada pelo prefeito de Santos [Rogério Santos (PSDB)], chegamos a um formato publicado hoje no Diário Oficial", afirmou Octaviano.
"Com intenção clara de desestimular qualquer viagem que não seja necessária, o sistema vai operar no cinco por cinco. Você tem três faixas da Imigrantes e duas da Anchieta. Fica suspensa descida e subida não existirá. Haverá forte desestímulo", completou o secretário.
Prefeito faz apelo
Rogério Santos, prefeito de Santos, estava presente na coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e fez um apelo para que a população paulista não acesse as cidades litorâneas da região.
"Pessoas de outras regiões, não venham para a Baixada Santista", disse Santos. "Desde a semana passada, municípios já fecharam praias. Alguns tiveram dificuldades. Em Santos conseguimos fechar. Foi exemplar a participação da população", completou o prefeito.
Santos antecipou que nove prefeitos da região da Baixada conversam para adotar medidas mais restritivas em conjunto, com a intenção de conseguir um resultado melhor no combate à pandemia. O prefeito também disse que a região terá blitzes para tentar evitar a chegada de turistas.
"A Operação Descida estará suspensa enquanto for necessário. E vamos articular blitz educativa para desestimular as pessoas. É uma articulação das prefeituras e a Polícia Rodoviária", disse.
Feriados antecipados
A decisão de antecipar cinco feriados municipais foi anunciada ontem por Covas em coletiva de imprensa. O prefeito da capital decidiu juntar dois feriados deste ano (Corpus Christi, previsto para 3 de junho, e Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro) e mais três do ano que vem (fundação de São Paulo, 25 de janeiro, Corpus Christi, 16 de junho, e Dia da Consciência Negra, 20 de novembro).
Com a antecipação, a capital ficará sem dias úteis por um período de dez dias, entre 26 de março e 4 de abril. Além da medida não ter sido discutida antes com Doria, Covas também deixou no ar a possibilidade de o governador antecipar o feriado estadual de 9 de julho.
As antecipações têm como objetivo forçar a maior cidade do país a diminuir a circulação de pessoas nas ruas e no transporte coletivo. Para isso, Covas também alterou o rodízio de carros. Segundo o prefeito, a medida foi tomada "para que as pessoas possam ter a opção do carro e não depender do transporte público".
Em vez dos horários tradicionais do rodízio paulistano, que restringem a circulação de veículos entre 7h e 10h e das 17h às 20h, agora os automóveis não poderão rodar no centro expandido apenas entre 20h e 5h. O horário coincide com a restrição de circulação imposta pela fase emergencial, em vigor desde a última segunda-feira (15).
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