Suposto 'laranja' do miliciano Adriano da Nóbrega é preso em Santa Catarina
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu ontem Daniel Haddad Bittencourt Fernandes Leal, considerado um dos "laranjas" do miliciano Adriano da Nóbrega. Ele foi alvo da Operação Gárgula, que o MPRJ fez na segunda-feira (22) contra movimentação financeira de recursos do Capitão Adriano.
Nóbrega foi do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM do Rio e era tido como chefe do grupo de matadores de aluguel conhecido como "Escritório do Crime", que atua na Zona Oeste da capital fluminense. Ele foi morto em fevereiro do ano passado em confronto com a polícia da Bahia, onde estava escondido..
Daniel foi encontrado em Joinville, Santa Catarina. Os promotores chegaram até ele após identificarem um morador da cidade que tinha parentesco com a mulher de Daniel, Carolina Mandin Nicolau, também alvo da ação, mas sem mandado de prisão. O UOL busca contato com a defesa dele.
Daniel já havia sido alvo de busca e apreensão em fevereiro de 2020, quando foram apreendidos com ele R$ 124,6 mil, pertencentes à organização criminosa liderada por Capitão Adriano.
Dos três procurados na Operação Gárgula, apenas o PM Rodrigo Bitencourt Fernandes Pereira do Rego havia sido preso até então. A viúva do ex-chefe do Escritório do Crime, Julia Emilia Mello Lotufo, também é procurada, e segue foragida. Outras cinco pessoas tiveram medidas cautelares de prisão cumpridas contra elas.
Movimentação de mais de 3,5 milhões
De acordo com o MPRJ, Daniel e outros membros do bando atuavam na concessão de empréstimos a juros exorbitantes a terceiros (até 22%) com recursos ilícitos vindos das atividades da quadrilha liderada por Nóbrega. Eles usavam empresas de fachada, como a Cred Tech Negócios Financeiros LTDA, que movimentou, de 1º de agosto de 2019 a 28 de abril de 2020, R$ 3.624.531,00.
A investigação apontou que Daniel e outro suspeito, Jefferson Renato Candido da Conceição (conhecido como Sapo), confiscavam bens dos devedores da Cred Tech, os repassando para seus nomes. A dupla sempre se reportava à então esposa de Capitão Adriano.
O Ministério Público alega que os crimes praticados pelo bando foram agiotagem e lavagem de dinheiro.
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