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SP: Arquidiocese mantém suspensão de missa presencial, apesar de liberação

6.ago.2020 - Fiéis assistem a missa na catedral da Sé, no centro de São Paulo; celebrações religiosas presenciais estão suspensas no estado - Eduardo Knapp/Folhapress
6.ago.2020 - Fiéis assistem a missa na catedral da Sé, no centro de São Paulo; celebrações religiosas presenciais estão suspensas no estado Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

05/04/2021 11h30Atualizada em 05/04/2021 12h00

O arcebispo Metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Scherer, afirmou que a Igreja Católica manterá a suspensão de missas presenciais na Arquidiocese, apesar de decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Kassio Nunes Marques, que autoriza celebrações religiosas presencialmente.

Durante participação no "Diálogos de Fé", transmitido ontem pela rádio 9 de Julho e pelas redes sociais, o cardeal afirmou que as medidas restritivas adotadas para conter o avanço da pandemia de covid-19 continuarão em vigor enquanto a fase crítica de contágio perdurar.

"A nossa recomendação durante o tempo da crise aguda da pandemia, de celebrar sem a presença do povo nas igrejas, não vem de uma proibição. A nossa posição vem da preocupação pela situação da pandemia, que está muito grave, com muitos doentes e mortos", afirmou Dom Odilo.

O Arcebispo disse ainda que a decisão monocrática do ministro Nunes Marques não muda a recomendação para as paróquias e comunidades da Arquidiocese, pois "a situação da pandemia ainda não mudou em São Paulo".

Atualmente, o estado de São Paulo está na fase emergencial, a mais restritiva, do plano de retomada das atividades econômicas e sociais. Nessa fase, as igrejas e templos religiosos ficam proibidos de fazer celebrações com a presença de público. No entanto, podem ficar abertos para receber fiéis que desejam fazer suas orações ou para atendimento individual.

Decisão vem no pior momento da pandemia

A decisão que libera missas e cultos presenciais em todo o país foi publicada no sábado (3) pelo ministro Nunes Marques. Diversos estados e municípios proibiram a presença de público nessas celebrações na tentativa de frear o avanço da covid-19.

Para o ministro, essas determinações ferem o "direito fundamental à liberdade religiosa": "Proibir pura e simplesmente o exercício de qualquer prática religiosa viola a razoabilidade e a proporcionalidade".

O país vive atualmente o pior momento da pandemia desde o início, em março do ano passado. O Brasil ultrapassou 331 mil mortos e se aproxima dos 13 milhões de infectados por covid-19, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa divulgados ontem.

Plenário do STF pode derrubar decisão

A decisão do ministro Nunes Marques pode ser derrubada por seus colegas no plenário do STF. Segundo o UOL apurou, a maior parte dos ministros da Corte é contrária à realização de missas e cultos presenciais neste momento.

A intenção dos magistrados é pautar o tema para que seja debatido prontamente em plenário e derrubar o ato devido ao contexto de agravamento da pandemia do novo coronavírus.

Em paralelo, o ministro Gilmar Mendes deve pautar nesta semana uma ação que trata de contestações à proibição de missas e cultos no estado de São Paulo. Por serem temas semelhantes, é possível que a discussão seja juntada no plenário da Corte.