MG: Diferença entre nascimentos e mortes é a menor desde 2003
O novo coronavírus já deixou um rastro de mais de 28 mil óbitos em Minas Gerais desde o início da pandemia. Com o número recorde de mortes em março de 2021, a diferença entre nascimentos e óbitos no estado atingiu o menor patamar da série histórica do registro civil, que começou em 2003.
Segundo dados da Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), foram expedidos 22.619 registros de nascimentos no mês passado, que ultrapassou o maior número já registrado, em abril de 2020. Ao mesmo tempo, foram feitos 18.758 atestados de óbitos, o que representa uma variação de 21%.
O Portal da Transparência do Registro Civil mostra que foram 8.004 mortes registradas por covid-19 em março deste ano. A diferença para fevereiro foi de 55%, já que foram 19.391 nascimentos e 12.492 mortes. Em janeiro, a variação foi de 33%, com 19.896 certidões de nascimento expedidas e 14.924 de óbitos.
Em 2020, as diferenças foram maiores que em março deste ano. Em dezembro, houve variação de 41%, com 18.934 nascimentos e 13.743 mortes, enquanto novembro registrou 54%, sendo 18.871 pessoas nascidas e 12.237 vidas perdidas. Já em outubro o registro foi de 18.888 nascimentos e 13.703 óbitos, uma diferença de 37%.
O presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Fiscarelli, afirma que o coronavírus afetou todos os aspectos vitais da população brasileira desde o início da pandemia.
"A covid-19 afetou todos os aspectos vitais da população brasileira, sejam eles pessoais, econômicos ou da vida civil. No Registro Civil, que compreende os atos principais de cidadania, já eram nítidos os impactos nos óbitos e nos casamentos, mas agora, passados nove meses desde o mês de abril, verificou-se o primeiro impacto na natalidade da população brasileira. Na pandemia, os casais optaram por adiar o sonho de terem filhos, o que certamente impactará futuramente no desenvolvimento do país", explica.
Os registros feitos no Brasil seguiram a tendência dos dados de Minas Gerais. A aproximação recorde entre os números de nascimentos e óbitos também atingiu o menor patamar da série histórica do Registro Civil. Com 227.877 nascimentos e 179.938 óbitos, a diferença entre ambos ficou em apenas 47.939 atos, o que equivale a 27%, e uma redução histórica de 72% desde o início da pandemia em março de 2020.
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