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Homem fuzilado com 61 tiros já havia sofrido três tentativas de homicídio

Geraldo Ramos Villa foi morto na noite de ontem com mais de 60 tiros de fuzis na frente da esposa e do cunhado em Campo Grande (MS) - Arquivo pessoal
Geraldo Ramos Villa foi morto na noite de ontem com mais de 60 tiros de fuzis na frente da esposa e do cunhado em Campo Grande (MS) Imagem: Arquivo pessoal

Daniel César

Colaboração para o UOL, Pereira Barreto (SP)

19/04/2021 13h06

O homem de 36 anos que foi fuzilado anteontem, quando chegava à sua casa em Campo Grande (MS), já havia sofrido outras três tentativas de homicídios. A informação foi confirmada hoje pela Polícia Civil, responsável por investigar o caso.

O empresário do ramo de recicláveis morreu na noite de anteontem, quando chegava à sua casa com a esposa e o cunhado em seu carro. Ao descer do veículo para abrir o portão, Geraldo foi alvejado 61 vezes com tiros de fuzil por dois homens que o aguardavam em uma Hyundai HB20 S, segundo depoimento da esposa. A mulher e o cunhado correram para dentro do imóvel e não se feriram.

Geraldo Ramos Villa sofreu a primeira tentativa de assassinato, segundo a Polícia, em abril de 2007, quando foi atingido por tiros no ombro esquerdo e braço direito, quando ainda vivia em Corumbá (MS), mas não houve risco de morte.

Poucos meses depois, em junho do mesmo ano, ele voltou a ser vítima de outro atentado, dessa vez quando estava em Campo Grande e foi alvejado nas costas, mas também sobreviveu sem maiores dificuldades. Neste caso, ele sofreu uma emboscada quando estava num quarto e não viu os atiradores.

Em 2015, quando já estava em liberdade depois de ter sido condenado por homicídio, e novamente em Corumbá, Geraldo deu entrada no Pronto-Socorro com ferimentos compatíveis com os de arma de fogo, mas dessa vez os tiros foram apenas de raspão e ele não explicou, à época, a origem do ferimento.

A Polícia Civil não soube dizer se alguém havia sido preso por conta das outras tentativas de assassinato contra Geraldo, mas investiga se a morte dele está ligada a esses atentados anteriores.

Investigação

Ontem, a Polícia Civil localizou um automóvel compatível com a descrição da testemunha, completamente queimado numa estrada que dá acesso a São Paulo. O veículo foi levado para perícia e as investigações apontam se tratar do carro usado pelos bandidos na fuga.

Geraldo já foi preso em 2007, acusado de ter matado uma pessoa em 2004. Em 2009, ele foi a júri popular e foi condenado pelo crime, mas já havia cumprido a pena e estava em liberdade.

O comerciante havia perdido um irmão, alguns anos atrás, também assassinado. Ele foi sepultado ontem em Corumbá, sua cidade natal.