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Suspeito de agredir mulher com 18 facadas no pescoço é preso em Santos (SP)

Marcas das 18 facadas aplicadas em vítima, em Santos - Reprodução/UOL
Marcas das 18 facadas aplicadas em vítima, em Santos Imagem: Reprodução/UOL

Maurício Businari

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

26/06/2021 15h03Atualizada em 26/06/2021 19h52

A Polícia Civil prendeu um dos suspeitos de agredir uma analista de sistemas de 23 anos, vítima de um ataque violento na madrugada do dia 19 de maio, perto de sua casa em Santos, litoral de São Paulo.

A mulher teve as roupas arrancadas, levou 18 facadas no pescoço e foi deixada, com ferimentos graves, na roda de um caminhão. Ela ficou 12 dias internada, cinco deles na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O crime aconteceu no bairro do Jardim Rádio Clube, onde a analista morava havia três anos com a esposa.

Suspeito de ter cometido as agressões, o homem foi preso enquanto instalava um cabo de energia elétrica no telhado de uma residência em obras, na rua Dr. Ismael Coelho de Souza, a poucos metros de onde ocorreu o crime. Ao abordá-lo, a polícia descobriu que ele tinha passagens pela polícia por roubo, furto e tráfico de drogas e o levou à delegacia.

Segundo a polícia, as características dele se encaixavam na descrição que a analista havia detalhado à polícia, à época do crime. Ela foi chamada até a Delegacia da Mulher para fazer o reconhecimento do agressor. O suspeito era conhecido da vítima, que por diversas vezes conversou com ele e ainda o ajudou, fornecendo alimentos.

"Na hora eu identifiquei ele. Fiquei protegida, atrás de uma porta, para que ele não me visse", contou a jovem. "Ele acha que estou morta, ele ainda não sabe que eu sobrevivi. Na hora, me deu uma vontade enorme de invadir a sala onde ele estava e agredi-lo. Tive que me segurar muito para não fazer isso."

Em seu depoimento à polícia, o suspeito disse que conhecia "de vista" o seu parceiro no crime, um homem de meia-idade ainda não identificado que, segundo a descrição da vítima, possui duas tatuagens marcantes, de fácil identificação: uma carpa, na panturrilha e o nome de uma mulher, no antebraço.

"Ele disse para a polícia que não ia dar uma de X9 [termo usado pelos criminosos para identificar delatores], mas que conhecia de vista 'o cara da carpa'. Foi esse homem que ficou filmando tudo com o celular, enquanto eu era agredida. Ele é conhecido lá no Rádio Clube."

Retrato falado

Retrato falado - Reprodução - Reprodução
Retrato falado de um dos agressores
Imagem: Reprodução

Na delegacia, a vítima colaborou na elaboração de um retrato falado do outro suspeito, que está sendo divulgado pela polícia. Segundo a descrição, ele é branco, magro, tem aproximadamente 1,75 metro e idade entre 45 e 53 anos.

A analista, que ainda se recupera da agressão, está sob tratamento psicológico para conseguir superar os momentos traumáticos que viveu sob o jugo dos criminosos. Saber que um dos suspeitos da agressão foi preso, porém, trouxe a ela um pouco de conforto.

"Estou aliviada em saber que o cara que fez a pior coisa comigo, que tentou me estuprar, que me esfaqueou, que me deixou pelada no meio da rua, que tentou me esconder na roda de um caminhão foi preso e já está na cadeia, sem poder sair. Ele pensa que eu morri, mas vai ter uma grande surpresa no dia do julgamento."

Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher de Santos. "A equipe da unidade já identificou e realizou a prisão de um dos envolvidos na ação. Mais detalhes não serão fornecidos por se tratar de crime sexual".