Lázaro Barbosa: O que se sabe sobre os crimes em sua ficha corrida

Após 20 dias, terminou hoje a caçada pelo foragido Lázaro Barbosa, em Goiás. As buscas, que resultaram na morte do criminoso, começaram após o assassinato de uma família em Ceilândia (DF), em que ele é o principal suspeito. Mas ele acumula mais de 30 acusações em sua ficha criminal.

Desses crimes, ao menos 19 foram feitos durante a caçada dos últimos dias. Há tentativas de assassinato, homicídios, invasões de fazendas, sequestros e mais. Sua ficha começa em 2008 e coleciona diversas fugas da prisão.

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Duas mortes na Bahia

Em 2008, Lázaro foi preso por duplo homicídio qualificado depois de matar dois homens na Bahia. Ele se entregou à polícia na época e disse que o crime foi motivado por uma briga. Segundo informou o Ministério Público da Bahia ao portal Bahia Notícias, Lázaro fugiu do Complexo Policial de Irecê em 2009, antes que fosse julgado.

Estupro de jovem com o irmão

Ele só voltou a ser capturado em 2010, já em Brasília, sob acusação de roubo, estupro e porte ilegal de arma. O crime ocorreu em 2009, quando Lázaro e seu irmão invadiram uma chácara, roubaram pertences das pessoas no local e estupraram uma jovem de 19 anos.

Eles conseguiram fugir, mas Lázaro foi localizado no dia seguinte, quando dirigia um carro roubado e portava uma arma sem autorização. Ao ser abordado pelos policiais, o criminoso mentiu o nome, apresentando-se como Gabriel. O irmão de Lázaro não foi localizado e morreu em 2011, segundo a polícia.

Lázaro foi condenado em 2011 a mais de 15 anos de prisão pelos crimes de 2009. Em 2013, porém, foi feito o primeiro pedido de progressão da pena, apesar de um laudo psicológico ir contra essa recomendação.

Sem volta após 'saidinha' de Páscoa

Em 2014, ele ganhou o direito de cumprir a pena em regime semiaberto, mas sem fazer saídas. No ano seguinte, houve um pedido para que o preso pudesse sair e um novo exame criminológico foi feito. Novamente, o exame não recomendou as saídas do preso por risco de reincidência nos crimes.

Embora não tivesse direito, Lázaro foi um dos beneficiados por uma "saidinha" de Páscoa em 2016 e não retornou.

O fugitivo voltou a ser capturado em março de 2018 pelo Grupo de Investigações de Homicídios de Águas Lindas, da Polícia Civil de Goiás. Segundo nota na época, a equipe policial "manteve-se atenta à movimentação de Lázaro, quando então percebeu que era o momento certo de efetuar a sua prisão, obtendo êxito na missão".

Fuga pelo teto da cela

Porém, quatro meses depois, ele fugiu da prisão pelo teto da cela. Cinco presos fugiram aquele dia e apenas Lázaro não foi capturado. Desde então, a polícia voltou às buscas pelo criminoso, que continuou praticando delitos na região.

Em 2020, ele invadiu uma chácara em Santo Antônio do Descoberto, desligou a energia elétrica e trancou moradores e convidados em um quarto. Sua intenção era levar armas e celulares. Na ação, acertou um idoso na cabeça com um machado, deixando sequelas até hoje.

Cozinheiras nuas e carro queimado

A aparição de agora se deu após uma chacina, da qual Lázaro é o principal suspeito, em Ceilândia, no dia 9 de junho. Dias antes, ele havia feito uma família refém e forçado suas vítimas a cozinhar para ele, nuas.

Na chacina do dia 9, Lázaro invadiu uma chácara e matou o pai e seus dois filhos. A mãe foi encontrada morta em um rio perto dali.

As buscas então começaram, levando ao aumento de uma ficha criminal já extensa. Dois dias após a chacina, ele roubou e incendiou um carro ainda em Ceilândia e invadiu uma nova fazenda na região.

No dia 13, Lázaro foi para Edilândia, onde roubou um carro e o abandonou na BR010. Na cidade, fez mais uma família refém. Porém, dessa vez, a filha do casal conseguiu avisar à polícia pelo celular. No dia 17 de junho, houve uma troca de tiros com a polícia em Cocalzinho.

Suspeita de ajuda

A sequência de crimes terminou hoje, quando Lázaro foi morto com dezenas de tiros em uma ação policial em Águas Lindas de Goiás. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas teve a morte confirmada pela Polícia Civil logo em seguida.

A polícia agora apura se o fugitivo recebeu ajuda durante esses 20 dias de fuga. A suspeita se acentuou depois que foram encontrados R$ 4.400 no bolso do criminoso.

Na última semana, o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, 73, foi preso por suspeita de terem ajudado o foragido. O caseiro Alain Reis de Santana, 34, também teve prisão decretada, mas após audiência de custódia foi liberado.