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Fardos de navio nazista afundado reaparecem em praias de Alagoas

Fardo avistado hoje na praia da Pituba, em Coruripe  - Prefeitura de Coruripe
Fardo avistado hoje na praia da Pituba, em Coruripe Imagem: Prefeitura de Coruripe

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

26/07/2021 18h54Atualizada em 26/07/2021 19h31

Dezesseis fardos de látex apareceram entre ontem e hoje em praias do município de Coruripe, no litoral sul de Alagoas. Segundo a prefeitura, o material foi achado nas praias da Pituba (onde surgiram 9 caixas) e entre as de Ponta da Asa e Miaí de Baixo (7 fardos).

Os fardos são semelhantes aos que aparecem em praias no Nordeste desde 2018, oriundos do navio nazista SS Rio Grande, afundado em 4 de janeiro de 1944 pela Marinha norte-americana, durante a Segunda Guerra Mundial.

A maior parte do material, segundo a administração municipal, foi avistada ontem. "Após o mapeamento realizado hoje, as equipes iniciarão recolhimento na manhã desta terça-feira (27) e, caso todo o material seja látex, conforme estudos já realizados nos últimos dois anos, será encaminhado para a Central de Resíduos Sólidos", diz a nota da prefeitura.

Fardo achado em Coruripe (AL) - Prefeitura de Coruripe - Prefeitura de Coruripe
Fardo achado em Coruripe (AL)
Imagem: Prefeitura de Coruripe

Segundo a secretária de Meio Ambiente de Coruripe, Luana Spotorno, a princípio são as mesmas caixas que aparecem desde 2018. "Ao longo dos últimos anos, sempre aparece um fardo entre uma praia e outra do litoral do Nordeste", afirma.

Segundo ela, neste ano ainda não havia sido registrado nenhum aparecimento de fardos no litoral da cidade. "Vamos fazer a destinação dos fardos à central [de Resíduos Sólidos] e vamos continuar com o monitoramento da área para saber se vão aparecer mais nos próximos dias", diz.

Mesma origem

O pesquisador Carlos Teixeira, do Instituto de Ciências do Mar da UFC (Universidade Federal do Ceará), confirma que as caixas devem ter a mesma origem.

Não são fardos novos. Você pode ver pelas fotos que eles têm uma aparência mais antiga, com animais incrustados, estão mais quebradas
Carlos Teixeira, pesquisador da UFC

Teixeira afirma ainda que essas caixas têm aparecido até em outras partes da América e devem seguir aparecendo no litoral.

"O que a gente acredita que acontece é que elas ficaram emperradas na parte mais superior da praia, e como temos ondas, marés altas — tivemos, por exemplo, isso na semana passada e hoje, com super lua — elas desenterram. Assim, vão para água e são transportadas. Já acharam dessas caixas na Flórida (EUA), para você ter ideia", diz.