Tio envolvido em estupro coletivo de indígena é encontrado morto em prisão

O tio da menina indígena de 11 anos que foi vítima de um estupro coletivo em Dourados (MS) foi encontrado morto hoje em sua cela, no presídio estadual da cidade. Ele estava na companhia do segundo adulto suspeito do crime, um homem de 20 anos. A polícia e a administração do presídio investigam as circunstâncias da morte, que inicialmente é tratada como suicídio.

O homem é investigado por ter participado do estupro coletivo que vitimou a sobrinha, uma garota kaiowá, que foi dopada com bebida e depois foi jogada de um penhasco de cerca de 20 metros, dentro do território da aldeia Bororó, na última segunda-feira (9). Além disso, ele confessou à polícia que teria abusado da menina repetidas vezes antes do falecimento.

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Os outros quatro suspeitos do crime estão reclusos. A Justiça decidiu por manter a prisão do rapaz de 20 anos e a internação de três adolescentes envolvidos no crime. Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, os cinco investigados, ao serem capturados e interrogados, confessaram. Em depoimento, eles teriam dito que decidiram jogar a criança do penhasco depois que ela os reconheceu.

Ainda de acordo com o depoimento dos investigados, durante o estupro coletivo, a criança foi obrigada a beber cachaça e chegou a desmaiar, mas conseguiu recuperar os sentidos e afirmou que os denunciaria.

O corpo da indígena foi submetido a necropsia no Instituto Médico Legal de Dourados. O exame confirmou o estupro. O laudo detalhado é esperado para os próximos dias.

A polícia disse que dois dos adolescentes contaram ter arrastado a vítima da casa dela para próximo ao penhasco para estuprá-la e que os outros três envolvidos chegaram durante o ato. Eles a teriam violentado diversas vezes. A vítima gritou por socorro, mas, como o local é distante das casas da aldeia, ninguém ouviu.

A polícia informou na terça-feira (10) que, ao final do inquérito, os homens seriam indiciados pelos crimes de estupro de vulnerável, feminicídio e homicídio qualificado e os três adolescentes serão indiciados por atos infracionais análogos aos mesmos crimes.