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RJ: Pastor é investigado ao pregar que 'não levanta placa de negro e veado'

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

23/08/2021 13h17Atualizada em 23/08/2021 14h55

O pastor Tupirani da Hora Lores voltou a fazer comentários racistas, machistas e homofóbicos durante a pregação de um culto na Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Ele já foi preso pelo crime de intolerância religiosa, em 2009, por ter chamado os judeus de "vermes". Em nota ao UOL, a Polícia Civil afirmou que abriu um inquérito para apurar o caso.

No início deste mês, o pastor disse, em meio a salva de palmas e gritos de "aleluia" daqueles que acompanhavam a pregação, que "a igreja de Jesus Cristo não levanta placa de filho da p*** negro nenhum, não levanta placa de filho da p*** de político, não levanta placa de filho da p*** de veado".

"A igreja de Jesus Cristo só levanta a sua própria placa, p****", gritou Lores.

O discurso foi motivado pelo fato de a pastora Karla Cordeiro ter pedido desculpas pela pregação feita em uma igreja de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, em julho. A mulher falou: "parem de ficar postando coisa de gente preta, de gay". O Ministério Público denunciou Kakau Cordeiro por preconceito e discriminação.

Após a repercussão do caso, ela pediu desculpas e disse para a polícia que foi "infeliz nas palavras". Por sua vez, o pastor chamou Karla Cordeiro de "p***".

"Se vocês pedem desculpa do que falam dentro da igreja para um babaca de um delegado, sabe o que você é Karla Cordeiro? Uma p***. Você é uma prostituta, o teu pastor deve ser um veado, a tua igreja toda é uma igreja de prostitutas. Malditos sejam vocês, que a garganta de vocês apodreça por terem ousado tocar no nome de Jesus, raça de p**** e piranhas, é isso que vocês são", disse Lores.

De acordo com a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), um inquérito está em andamento para apurar as novas falas de Lores.

Pastor já foi alvo da PF

No dia 12 de março deste ano, Tupirani da Hora Lores foi alvo da operação "Shalom" da Polícia Federal após o pastor pedir por um "massacre" de judeus.

Os agentes foram à sede da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, em que ele é chefe, para cumprir um mandado de busca e apreensão. A PF quis ter acesso ao vídeo do culto. Na época, o pastor falou que os judeus "deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial".

Por causa desta operação, Tupirani Lores comentou nesta pregação mais recente.

"Manda o delegado vir aqui pedir a minha retratação. Ele não é homem para isso, eu sou vencedor do sistema, ninguém me detém. Eu falo, mando para a p*** que pariu e continuo mandando. Manda de novo a [Polícia] Federal dentro da minha casa e vai ver se eu cresço ou diminuo, p*".

O UOL tenta contato com o pastor.