Bebê de 1 ano é picado por jararaca e salvo por antídoto em SC
Um bebê de 1 ano está internado no Hospital Santo Antônio, em Blumenau (SC), após sobreviver a uma picada de jararaca, animal peçonhento que pode levar à morte por hemorragia. Ele conseguiu resistir ao veneno após a família levar a cobra à unidade de saúde para os médicos reconhecerem a espécie de serpente e assim aplicar o antídoto.
Apesar do susto, o quadro clínico de Benjamin, é considerado estável e não há mais risco de morte.
Segundo o pai da criança, o técnico em radiodiagnóstico Paulo Henrique Machado, de 36 anos, o bebê brincava no quintal da avó, na segunda-feira (13), quando acabou picado pela serpente. A mordida foi percebida quando Benjamin começou a chorar.
Um vizinho encontrou a cobra perto de onde o bebê brincava e abateu o animal, colocando-o em um pote. O recipiente foi entregue à família, que levou ao animal ao hospital, para que os médicos soubessem como poderiam proceder no tratamento.
"Quando a minha mãe foi acudir, viu a cobra perto e o pé esquerdo do meu filho com os sinais de mordida. Os vizinhos se mobilizaram e mataram a cobra, colocando em um pote. Eu cheguei, peguei meu filho e a cobra, e pisei fundo no acelerador com sensação de medo porque não sabia quanto tempo ainda tínhamos. Os médicos bateram a foto da cobra, enviaram para um especialista, que respondeu ser um filhote de jararaca", relatou o pai.
Machado diz que agora sensação é de alívio depois do susto que a família tomou. A previsão é de que Benjamin deixe o hospital ainda hoje.
"O sentimento agora é de alívio. Sentimos bastante medo e agora estamos aliviados, apesar do cansaço", frisou.
Identificação do animal foi primordial, diz médico
Segundo o médico coordenador do Pronto-Socorro de Hospital Santo Antônio, Augusto Ronchi, a atitude da família em levar a cobra até a unidade da saúde se tornou essencial para o bebê sobreviver ao veneno.
"A jararaca, que foi a serpente que causou o acidente, pode ser confundida pela população por cobras não venenosas, o que poderia trazer maiores danos. (...) O fato de a criança não conseguir falar e descrever as características do animal ou do acontecimento gera um atraso no diagnóstico. Por isso a importância de fotos ou quando possível, com segurança, trazer o animal para o auxiliar a avaliação", comentou.
Ele orientou que, "sempre que possível, sem colocar a segurança de um terceiro em risco", é recomendável algum acompanhante da vítima levar o animal às equipes médicas.
"No caso de não ser possível mover o animal com segurança, fotos e vídeos do mesmo podem ser mostradas a equipe. Após identificação da espécie e se reconhecido como peçonhento ou não, pode-se utilizar soros com antídotos específicos, aumentando as chances de uma evolução favorável", explicou.
O atendimento para esse tipo de acidente é gratuito, feito exclusivamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Desde 1986, toda a produção de soros é comprada pelo governo federal, que repassa cotas aos estados de acordo com a demanda. Veja a lista de locais com soro por estado.
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