Idosa briga em UBS, xinga guarda de 'macaco' e é detida por injúria racial
Uma idosa de 61 anos foi detida ontem por injúria racial depois de uma confusão em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) em Nova Serrana, cidade a 130 km de Belo Horizonte.
A Polícia Militar confirmou ao UOL que a briga começou depois que a idosa recorreu ao posto PSF (Programa Saúde da Família) Francisco de Azevedo e Silva — que também é uma UBS — para atendimento médico. Segundo o boletim de ocorrência, a "senhora estava muito alterada", ameaçando duas funcionárias que trabalham no posto, uma de 38 anos e outra de 43.
Depois de "xingar com palavras ofensivas e de baixo calão", a idosa teria ameaçado as funcionárias de agressão, segundo o B.O. Diante da confusão, a PM foi chamada para conter a mulher.
Quando a viatura chegou, um guarda civil já tentava conter a confusão.
"Ao chegar no local [os policiais] se depararam com ela e tentaram diálogo", relataram os PMs no boletim. "Mesmo com a nossa presença, ela continuou proferindo ameaças. Também fomos chamados de desgraçados."
Foi quando a idosa recebeu voz de prisão. O pior, no entanto, ainda estava por vir.
Enquanto a mulher aguardava para ser levada, o guarda-civil teria tentado acalmá-la, mas foi interrompido. Ela o chamou de "carvão, negro, fedido, urubu e macaco". Disse ainda que, "porque é preto", ele não deveria ter sido batizado com o "nome bíblico", exibido na identificação do uniforme.
Ela foi levada para a delegacia, onde o caso foi registrado como injúria racial, que "consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem", segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
"Já o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça", diz o Conselho. Ao contrário da injúria racial, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível.
Como a ocorrência foi na sexta, o plantão da PM não soube informar se a idosa segue detida.
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