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Operação no Rio mira milícia e envolvidos em desabamento na Muzema

Bombeiros trabalham no local onde dois prédios desabaram na comunidade da Muzema, em 2019; operação de hoje tem entre alvos envolvidos em construção e venda de prédios que desabaram - Reprodução/Twitter/OperacoesRio
Bombeiros trabalham no local onde dois prédios desabaram na comunidade da Muzema, em 2019; operação de hoje tem entre alvos envolvidos em construção e venda de prédios que desabaram Imagem: Reprodução/Twitter/OperacoesRio

Do UOL, em São Paulo

23/09/2021 08h05Atualizada em 23/09/2021 08h50

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza na manhã de hoje uma operação contra uma milícia que atua nas comunidades de Rio das Pedras e Muzema, na Zona Oeste da capital fluminense.

Segundo a Polícia, entre os alvos estão envolvidos com a construção e venda de prédios na Muzema, onde um desabamento matou 24 pessoas em 2019. Os nomes dos suspeitos não foram informados.

Ao todo, policiais cumprem 23 mandados de prisão temporária e 63 mandados de busca e apreensão contra pessoas investigadas por crime de lavagem de dinheiro. Até às 8h45 (de Brasília), 15 pessoas já haviam sido presas.

De acordo com relatório da inteligência da Polícia Civil, foram detectadas movimentações financeiras atípicas praticadas por pessoas físicas e jurídicas em um curto período de tempo. A suspeita é que o dinheiro foi usado na engrenagem criminosa.

"O relatório apontou que apenas dois dos investigados movimentaram juntos cerca de R$ 8,5 milhões em pouco mais de um ano, em transações realizadas, em grande maioria, com outros integrantes do grupo paramilitar. Essas movimentações não são compatíveis com o que os investigados afirmam ser", diz a Polícia Civil.

Segundo a investigação, um dos suspeitos relatou trabalhar como encarregado de obras, recebendo a quantia mensal de R$ 4 mil, apesar de sua conta bancária apresentar movimentações financeiras de valores muito superiores.

Batizada de Blood Money, a operação também envolve o bloqueio e sequestro das contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.

Prédios desabaram em 2019

Em 2019, dois prédios desabaram na comunidade de Muzema, matando 24 pessoas. Uma unidade tinha cinco andares, e a outra, três. Cada andar tinha quatro apartamentos. Ambas eram construções irregulares, informou à época a Prefeitura do Rio.

Os imóveis teriam sido construídos pelo Escritório do Crime, grupo miliciano que era comandado é comandado pelo ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Adriano Magalhães de Nóbrega, morto no início de 2020 em uma operação policial na Bahia.