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Jacarés achados mortos tiveram cabeças arrancadas em ação humana, diz IGP

Luan Martendal

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

22/11/2021 11h57Atualizada em 22/11/2021 14h25

O Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina (IGP-SC) confirmou hoje que a decapitação de dois jacarés encontrados mortos às margens de um córrego em Florianópolis foi provocada por ação humana. O crime foi descoberto no dia 6 de novembro, quando populares avistaram os dois jacarés-de-papo-amarelo sem cabeça e sem cauda, em uma área de mangue e de preservação ambiental próxima à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A investigação em torno do caso envolve diversos órgãos ambientais e de segurança do Estado, porque além do crime contra os animais (ameaçados de extinção) foi verificado vazamento de óleo diesel na água onde animais da mesma espécie habitam.

Apesar de confirmada a decapitação por ação humana, ainda persiste a dúvida sobre o que causou o óbito dos jacarés. Dentre as hipóteses mais prováveis estão a morte por intoxicação, em decorrência de uma possível briga entre bichos da mesma espécie ou pelos próprios caçadores que, posteriormente, poderiam ter cortado os membros dos animais. À época, um vídeo mostrou um animal levando a carcaça de outro no manguezal.

"O laudo (causa mortis) está em construção, deve ficar pronto até semana que vem. Mas, a retirada da cabeça e da cauda do animal se deu por ação humana e pode se afirmar categoricamente que o animal foi caçado", afirmou o instituto de identificação ao UOL.

O instrumento usado para a decapitação muito provavelmente está relacionado a uma faca, punhal ou canivete. "O 'facão' teria que ser muito afiado para causar o tipo de lesão observado nos animais mortos", concluiu a assessoria do IGP-SC.

Segundo a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), a Polícia Militar Ambiental (PMA) e o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC), as investigações continuam.

"O objetivo é confirmar a origem do despejo de combustível na área de preservação para autuação administrativa e a tomada de medidas cíveis e criminais relacionadas ao crime ambiental", apontou Beatriz Campos Kowalski, superintendente da Floram.

O IGP-SC também coletou amostras da água do córrego para analisar possíveis danos em função do óleo vazado, mas até o momento não há conclusão pericial. A PMA aguarda os laudos oficiais para avançar nas investigações.

Desde o ocorrido, a Guarda Municipal de Florianópolis também aumentou as rondas na região.