Polícia do Rio faz uma operação com alta letalidade por semana
Desde 2019, as forças policiais do Rio de Janeiro realizam uma operação com alta letalidade por semana, mostram dados do Instituto Fogo Cruzado analisados pelo UOL.
Foram 144 ações policiais na região metropolitana do Rio com três ou mais mortes de civis —diversos grupos de pesquisa em segurança pública caracterizam esse tipo de ocorrência como chacinas policiais. Nessas operações, ocorreram 566 mortes.
A mais recente delas ocorreu neste fim de semana no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana. Moradores encontraram 11 corpos após uma operação do Bope (Batalhão de Operações Policiais). Contudo, o número de mortos pode ser maior, segundo a população local.
Em maio, o Rio teve a ação policial mais letal de sua história, quando policiais civis de diversas delegacias mataram 27 pessoas na Favela do Jacarezinho, na zona norte da capital.
Salgueiro concentra 25% das mortes em São Gonçalo
Tido como principal entreposto do CV (Comando Vermelho) no leste fluminense, o Complexo do Salgueiro é o foco da repressão policial na região, mostram dados do Geni (Grupo de Estudos de Novos Ilegalismo), da UFF (Universidade Federal Fluminense).
Desde 2007, quando o grupo começou a catalogar as operações policiais no Grande Rio, o Complexo do Salgueiro foi palco de 205 operações policiais, com um saldo de 80 mortos —os dados vão até o fim de outubro deste ano. Esse número corresponde a praticamente um quarto de todas as mortes cometidas por policiais em São Gonçalo, segundo município mais populoso do Rio. Em toda a cidade, ocorreram 331 homicídios no mesmo período.
Mesmo sem considerar a operação deste fim de semana, 2021 já é o ano mais violento na região do Salgueiro, com 26 pessoas mortas.
O Geni registra ainda nove operações classificadas como chacinas (com três ou mais civis mortos) desde 2007, cinco apenas em 2021.
A mais famosa delas ocorreu em novembro de 2017, quando uma operação conjunta do Exército e da Polícia Civil deixou oito mortos na comunidade. Após uma série de revezes nas investigações, ninguém foi punido pelas mortes —que, segundo moradores, ocorreram de maneira sumária.
Outra operação de repercussão nacional vitimou o menino João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, que estava dentro de casa quando foi baleado. A ação ocorreu em dezembro de 2020 e foi realizada em conjunto pelas polícias Federal e Civil.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.