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Chuva abaixo da média em novembro mantém Cantareira em estado de restrição

Área próxima ao reservatório do Rio Jacare, que abastece o sistema Cantareira - TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Área próxima ao reservatório do Rio Jacare, que abastece o sistema Cantareira Imagem: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO

Leonardo Martins e Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

04/12/2021 04h00Atualizada em 04/12/2021 16h19

Com chuva abaixo da média histórica para o mês de novembro, o sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo, começa dezembro ainda em estado de restrição. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) nega risco de desabastecimento.

Em 2021, o volume de chuvas registrado em novembro ficou em 111,6 milímetros, acima dos 104,2 mm do ano passado. Apesar do aumento, o número deste ano corresponde quase à metade (53,7%) da média histórica de 207,6 mm, segundo a Sabesp.

O Cantareira também está com a capacidade abaixo do ideal, de 40%. Hoje, os dados da Sabesp mostram que o reservatório está com 25,8% de sua capacidade.

A escala da Sabesp para medir o volume útil dos reservatórios e classificar a gravidade da situação aponta como normal um nível igual ou maior que 60%. O estado é considerado de atenção quando o nível fica entre 40% e 60%, de alerta quando está entre 30% e 40% e de restrição entre 20% e 30%.

Segundo as regras da ANA (Agência Nacional de Águas), só será considerada a fase de restrição se o mês acabar abaixo de 30% da capacidade total. Abaixo de 20% o nível é considerado crítico.

Nível é satisfatório, diz Sabesp

Em nota, a Sabesp, afirmou que, por ora, não há risco de desabastecimento na Região Metropolitana de São Paulo, mas pediu "uso consciente da água".

"A projeção para a RMSP aponta níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada", disse a companhia.

Impacto do Sistema Cantareira

O Cantareira é o maior reservatório da rede paulista e abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas todos os dias — 46% da população da Grande São Paulo —, segundo a Ana (Agência Nacional de Águas), o órgão que regula o setor.

O sistema leva água para as zonas Norte e Central e parte das zonas Leste e Oeste da capital, além das cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul.

O reservatório engloba, também, parte dos municípios de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André.

Fora o Cantareira, o sistema de abastecimento de água no estado conta com os sistemas Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço. Todos eles também apresentam, atualmente, variação negativa de abastecimento.

A Sabesp também explicou que esse sistema integrado de abastecimento permite transferência de água para outras regiões caso seja necessário.

"Um conjunto de medidas vem sendo adotado para a segurança hídrica e preservação dos mananciais em momentos como o atual: integração do sistema (com transferências de água rotineiras entre regiões), ampliação da infraestrutura e gestão da pressão noturna para maior redução de perdas na rede", concluiu a companhia.

Em 2014, o estado de São Paulo enfrentou a maior crise hídrica de sua história quando os reservatórios atingiram níveis abaixo de 15% de sua capacidade.

Os níveis de chuvas nos meses de novembro nos últimos anos foram:

  • Novembro de 2021: 111,6 mm
  • Novembro de 2020: 104,2 mm
  • Novembro de 2019: 133,9 mm
  • Novembro de 2018: 132,0 mm
  • Novembro de 2017: 163,7 mm
  • Novembro de 2016: 170,8 mm
  • Novembro de 2015: 197,6 mm
  • Novembro de 2014: 135,0 mm
  • Novembro de 2013: 97,1 mm