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Garota é achada morta com sinal de estrangulamento após blecaute em Caraíva

Juliana Almirante

Colaboração para o UOL, em Salvador

14/12/2021 14h32Atualizada em 14/12/2021 14h45

O corpo de uma adolescente de 14 anos foi encontrado em uma área de mangue, perto da praça da igreja de Caraíva, distrito de Porto Seguro e um famoso destino turístico do extremo sul da Bahia. Na ocasião, a região enfrentava falta de eletricidade por conta das fortes chuvas que deixaram mais de uma dezena de mortos.

O pai da adolescente Nayra Gatti, Sebastian Ricardo Gatti, afirmou ao UOL que a família notou o desaparecimento da garota na quinta-feira (9) e que fez buscas até o dia seguinte, quando ela foi encontrada morta, com sinais de estrangulamento, em um mangue.

Segundo Sebastian, ele esteve com a filha numa ida a um mercadinho, no final da tarde de quinta-feira (9). Além dos dois, outra filha dele, de 9 anos, estava no local.

Naquele momento, a comunidade já estava sem energia desde o dia anterior, diante das chuvas que atingem a região, e a situação do fornecimento só foi restabelecida na sexta.

"Ela sumiu e eu pensei que ela tinha ido para casa. Quando voltamos para casa, estávamos sem luz, porque estava um temporal grande. Ela [Nayra] não estava e nós pensamos que ela estava na casa de uma família amiga. Com a chuva e a falta de luz, não poderíamos fazer buscas e decidimos esperar pela manhã, com a expectativa de que ela estava nessa casa da família amiga", conta ele.

No entanto, no dia seguinte, Sebastian diz que foi até a casa dessa família, mas não localizou a adolescente. Ele também afirma que chegou a verificar se ela estava na casa de uma professora da ONG que Nayra frequenta, mas também não a encontrou.

Segundo o pai, Nayra recebia atendimento psicológico nessa ONG. Então, ele conta que mobilizou pessoas conhecidas para tentar encontrá-la.

"Aí que termina que acharam o corpo de minha filha, no mangue, a 150 metros da igreja", lamenta o pai de Nayra, que mora há três anos no distrito.

A família vive na Aldeia Xandó, que também faz parte de Caraíva. Sebastian trabalha fazendo serviços de jardinagem na região. Nayra estudava na escola municipal da cidade.

Ao UOL, o delegado regional Moisés Damasceno afirmou que o caso ainda está em investigação e que não pode divulgar informações para não atrapalhar a apuração. Não foram indicadas linhas que a polícia segue, pistas, possível motivação ou suspeitos do crime.

'Asfixia, estrangulamento'

Segundo Sebastian, a declaração de óbito indica que a morte dela seria por "asfixia, estrangulamento, sufocamento".

"Eu estou esperando que a Justiça encontre o culpado. É uma pessoa que não pode ficar à solta", lamenta o pai de Nayra.

"Eu acho que o caso está em boas mãos. Estou vendo a mobilização e estou agradecido pelo pessoal que está trabalhando no caso. Sei que a justiça está trabalhando e acho que vai ter resultado", concluiu ele, que vem recebendo apoio nas redes sociais para que se solucione o crime.