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Pai de Henry Borel: Monique e Jairinho choram por saberem que vão pagar

Colaboração para o UOL

14/12/2021 18h39

O pai de Henry Borel, Leniel Borel, falou sobre a segunda audiência de instrução e julgamento da morte do menino. O padrasto Jairo Souza Santos e a mãe Monique Medeiros acompanham hoje a audiência na 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Os dois, que respondem por homicídio qualificado, choraram durante o depoimento à Justiça do pai de Jairinho, o deputado estadual Jairo Souza Santos (Solidariedade), conhecido como Coronel Jairo.

Na avaliação de Leniel, ao UOL News, os dois choraram "com lágrimas de crocodilo" e por "saberem que vão pagar" pelo crime que fizeram.

"Não [estão] chorando pela morte do meu filho, do nosso Henry Borel. A família da Monique e do Jairo estão lutando pela liberdade dos filhos e não pela memória e honra do meu filho", disse.

No Tribunal, Coronel Jairo disse que chegou ao hospital Barra D'Or em 8 de março —a criança deu entrada no hospital sem vida, segundo laudo policial— e orou de joelhos por Henry, pedindo a Deus para que a criança voltasse. Monique chorou ao ouvir o relato do ex-sogro.

Jairinho chorou copiosamente enquanto o pai narrava o "carinho" dele pelos filhos e sobrinhos. "Jairinho é um doce, não mata nenhuma mosca. É apaixonado pelo sobrinho, o Teo, pela filha, que é a razão da vida dele", disse Coronel Jairo.

Durante entrevista ao UOL News, Leniel afirmou que luta por justiça pelo filho todos os dias, e que está muito apreensivo e triste com as mentiras que ouviu nos depoimentos. "Estive no hospital e no IML e primeiro o pai do Jairo colocou um monte de mentiras, falando de coisas q ele nem estava presente, coisas que não existem que é presunções ou induções, e na verdade para mim são alusões."

Na primeira audiência, Leniel prestou depoimento como testemunha. Desta vez, não pôde entrar e teve de assistir à audiência do lado de fora —a audiência é transmitida pelo YouTube.

Leniel falou ainda que hoje tem 100% de certeza da participação de Jairo e Monique na cena do crime. "É muito difícil eu, como pai, entregar meu filho achando que a mãe ia proteger, e saber que a Monique, como mãe protetora, na verdade decidiu não defender o filho. E, por ganância, tentar eliminar o filha da vida dela."

Entenda o caso

Jairo Souza Santos e Monique Medeiros foram presos no dia 8 de abril, um mês depois da morte de Henry, de quatro anos, que deu entrada em um hospital da cidade já sem vida, com sinais de violência pelo corpo.

A mãe e o padrasto de Henry afirmaram que ele foi encontrado caído em seu quarto. No entanto, a perícia apontou que a morte foi por hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente, portanto, com sinais de violência.

Henry havia passado o final de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel, que deixou a criança no condomínio onde reside a mãe às 19h do dia 7 (domingo). Câmeras de segurança flagraram a chegada do menino. De acordo com as investigações, na madrugada do dia 8, o médico e vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto de Henry, e a namorada dele e mãe da criança, Monique Medeiros, levaram o menino ao Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, onde relataram que a criança apresentava dificuldade respiratória.

O casal então ligou para o pai do garoto para relatar o ocorrido. Leniel foi, então, até a unidade de saúde e encontrou os médicos tentando reanimar a criança. Orientado pelos profissionais do hospital, o pai do menino abriu uma ocorrência na 16ª DP para entender o que aconteceu com o filho. A morte do menino ocorreu ainda no dia 8.