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Capitólio (MG): Tatuagens e anéis ajudam a reconhecer vítimas, diz delegado

Do UOL, em São Paulo

09/01/2022 15h20Atualizada em 10/01/2022 07h57

O reconhecimento dos corpos de vítimas da tragédia em Capitólio (MG), onde a queda de uma rocha sobre lanchas deixou ao menos dez mortos, está sendo feito, inicialmente, por meio de tatuagens e objetos pessoais, como anéis, afirmou nesta tarde (9) o delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, Marcos Pimenta. A identidade das vítimas, porém, só será confirmada após exame de DNA.

"Conseguimos fazer um reconhecimento precário com familiares a partir de fragmentos corpóreos [das vítimas]. Tatuagens, anéis, etc., ajudam nesse reconhecimento. Mas como nós vamos ter certeza [da identidade]? Pegando material genético, comparando com filhos, ascendentes, descendentes, para ter uma confirmação oficial", afirmou Pimenta em entrevista à imprensa, no domingo (9).

No sábado (8), uma rocha se desprendeu de um paredão e atingiu quatro embarcações com turistas. Ainda no sábado, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais havia localizado sete corpos, todos ocupantes da lancha Jesus. Outras três mortes foram confirmadas no domingo, sendo uma delas dessa mesma embarcação. As vítimas estão sendo levadas para o IML (Instituto Médico Legal) de Passos (MG).

Segundo o delegado, o proprietário da lancha Jesus —cujo nome não foi divulgado— tirou uma foto com todos os turistas que fariam o passeio, no Lago de Furnas, antes da tragédia. Essa fotografia também está ajudando as autoridades na identificação das vítimas.

A operação de busca com mergulhadores foi reiniciada às 5h deste domingo, com chuva.

O que nós temos de concreto: havia uma embarcação, de nome Jesus, que tinha dez integrantes. Foram surgindo corpos e fragmentos de corpos. Ontem já havia, ao todo, sete corpos lá em Passos [MG], hoje de manhã mais um, agora temos um total de dez pessoas. Nós fizemos um grupo de acolhimento com as famílias das dez vítimas e estamos dando celeridade para identificar esses corpos."
Marcos Pimenta, da Polícia Civil de Minas

"Vítimas se conheciam"

Todas as vítimas do acidente se conheciam e, entre elas, "há ali um avô, uma avó, um pai e um adolescente de 14 anos", de acordo com o delegado Marcos Pimenta. Mais cedo, a Polícia Civil já havia divulgado que os mortos vinham de cidades de Minas e São Paulo.

"Eles [vítimas de Minas] estavam nesse rancho com um casal do estado de São Paulo. Muito provavelmente eles foram apresentar os cânions para esse pessoal [de São Paulo] e, numa fatalidade, caiu a pedra em cima deles de maneira feroz, como a gente viu no vídeo. Com aquele choque, a lancha que estava no local submergiu", disse.

Eles estavam em um ambiente que é muito comum [para turistas]. Aqui é cercado por ranchos, a região é linda, é maravilhosa, e centraliza turistas do Brasil inteiro. Vira e mexe tem propaganda nas mídias. Infelizmente aconteceu [essa tragédia]."
Marcos Pimenta, da Polícia Civil de Minas

Dois seguem internados

As autoridades estimam que de 70 a 100 pessoas estavam no local no momento da tragédia em Capitólio. Até as 15h30 deste domingo (9), trinta feridos já haviam sido atendidos em hospitais da região e liberados, sendo:

  • 23 na Santa Casa de Capitólio;
  • Quatro na Santa Casa de São José da Barra;
  • Dois na Santa Casa de Piumhi;
  • Um na Santa Casa de Passos.

Dois seguem hospitalizados:

  • Um na Santa Casa de Piumhi, com quadro de saúde estável;
  • Um na Santa Casa de Passos, com quadro de saúde estável.