'Os riscos eram evidentes', diz geólogo sobre tragédia em Capitólio
Na avaliação do geólogo Pedro Luiz Côrtes, do Instituto de Energia e Ambiente da USP (Universidade de São Paulo), a queda da rocha em Capitólio (MG), que matou dez pessoas, era previsível.
"Os riscos eram evidentes. O fraturamento daquela rocha por causas naturais é facilmente perceptível. O fato de isso não ser presenciado com frequência não diminui o risco, não diminui o fato das pessoas poderem perder a vida", disse à GloboNews hoje.
O professor explica que, agora, é necessária uma avaliação de risco das estruturas. "Não só na parte inferior, mas superior também, verificando a quantidade de material que pode vir abaixo ao longo dos anos. Analisar o impacto que pode gerar na água e o espaço que alcança."
"Declaração infeliz"
O prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva, admitiu ontem (9) que um estudo de análise de risco geológico nunca foi feito no local onde ocorreu o desabamento do paredão de rocha. O acidente deixou dez pessoas mortas e outras dezenas de vítimas feridas.
"Então, até o momento, não [nunca foi debatida a análise de risco geológico]. Eu acredito, assim, que para a gente olhar dentro de uma tragédia e fazer um questionamento desse não seria virtuoso. Daqui para frente, sim, a gente precisa fazer uma análise dessa. Porque, isso daí... ah, foi uma falha de quem explora o turismo? Acredito que não."
O geólogo Pedro Luiz Côrtes contesta o posicionamento do gestor. "Uma declaração muito infeliz. Mostra que não temos cultura de prevenção. Adota-se uma postura de 'remediação'. Após o problema ocorrido, vão procurar culpados, começa o jogo de 'empurra-empurra' e vai partir para algum tipo de solução."
Identificação das vítimas
A Polícia Civil identificou nove vítimas da tragédia em Capitólio, cidade turística de Minas Gerais, onde uma rocha se desprendeu de um paredão e caiu sobre lanchas com turistas, deixando dez mortos e mais de 30 feridos. Todas as vítimas eram de Minas ou de São Paulo. Das vítimas identificadas pela polícia, cinco já foram liberadas para os familiares. São elas:
Júlio Borges Antunes, 68 anos, natural de Alpinópolis (MG); Camila Silva Machado, 18 anos, de Paulínia (SP); Maycon Douglas de Osti, 24 anos, de Campinas (SP); Sebastião Teixeira da Silva, 64, de Anhumas (SP); Marlene Augusta Teixeira da Silva, 57, de Itaú de Minas (MG). Outros quatro ainda estão no IML (Instituto Médico Legal) de Passos (MG): Geovany Teixeira da Silva, 37, Itaú de Minas (MG); Geovany Gabriel Oliveira da Silva, 14, Alfenas (MG); Thiago Teixeira da Silva Nascimento, 35, Passos (MG); Rodrigo Alves dos Anjos, 40, Betim (MG).
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