Alvará de quiosque no Rio onde congolês foi assassinado é suspenso
A Prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu o alvará de funcionamento do Quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, foi assassinado. Além disso, a concessionária Orla Rio, responsável pelos contratos dos espaços, foi notificada para "garantir a restrição de funcionamento dos estabelecimentos".
O anúncio foi feito pelo secretário de Fazenda e Planejamento do Rio, Pedro Paulo. Ele afirmou que a prefeitura segue "acompanhando atentamente o caso".
O edital de interdição assinado pelo secretário Municipal de Ordem Pública, Brenno Nessimian, diz que a interdição é "por prazo indeterminado" e "até que sejam comprovadas plenas condições de segurança de funcionamento do estabelecimento".
O jovem foi espancado até a morte por um grupo de homens na segunda-feira (24). Um vídeo mostrou que o crime aconteceu enquanto o quiosque operava normalmente, com um atendente no balcão.
As imagens enviadas à imprensa pela Polícia Civil mostram ao menos 20 minutos de agressões -foram desferidas 11 pauladas enquanto a vítima estava em luta corporal com os agressores e outras 15 quando ele já estava imóvel no chão
Espancado após cobrar R$ 200, diz família
A família afirma que o que levou ao espancamento do congolês foi a cobrança pela vítima de R$ 200 em um quiosque de praia por duas diárias de trabalho. Segundo parentes, o quiosque devia essa quantia a Moïse, que trabalhou no local.
Eles relatam que Moïse foi espancado até a morte com pedaços de madeira, além de ter sido amarrado pelos agressores no quiosque Tropicália. A Polícia Civil não divulgou os nomes dos funcionários do quiosque envolvidos no crime.
Hoje, advogados do responsável pelo quiosque estiveram na Delegacia de Homicídios, que investiga o caso, mas não falaram à imprensa.
Em nota, a Polícia Civil informou que as câmeras do local foram analisadas. Um primo de Moïse afirma que assistiu às imagens e elas mostram o rapaz sendo espancado, inclusive com pedaços de madeira, e amarrado com cordas. A investigação está sob sigilo.
* Com reportagem de Lola Ferreira, do UOL, no Rio
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