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Bebê que sobreviveu a chacina com 4 mortos no PR deve ser entregue a avó

O casal Anderson Olívio Bueno Miranda, 28, e Bruna Bispo Dias, 20, e mais duas crianças foram mortos na chacina - Reprodução/Facebook
O casal Anderson Olívio Bueno Miranda, 28, e Bruna Bispo Dias, 20, e mais duas crianças foram mortos na chacina Imagem: Reprodução/Facebook

Lorena Pelanda

Colaboração para o UOL, em Curitiba

09/02/2022 11h26Atualizada em 09/02/2022 13h14

O bebê de cinco meses que sobreviveu ao atentado que matou os pais - Anderson Olívio Bueno Miranda, 28, e Bruna Bispo Dias, 20 -, e mais duas crianças deve ficar aos cuidados da avó materna.

A criança estava com mais seis pessoas no carro que recebeu mais de vinte tiros disparados de um outro veículo, com pelo menos três ocupantes. A chacina foi em uma rua do bairro Portão, em Curitiba, na noite de segunda-feira e também acabou com as mortes do irmão do bebê, uma menino de três anos, e uma criança de sete anos.

Inicialmente, a informação divulgada pela Polícia Civil do Paraná era de que a criança foi a única pessoa que não havia se ferido, porém o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie confirmou que ela está internada na unidade após ser atingida por um tiro em um dos dedos do pé esquerdo.

"A vítima foi atingida no pé, passou por um procedimento cirúrgico e encontra-se estável na enfermaria", diz a nota do hospital. Ainda não há previsão de alta.

Procurada pelo UOL, a família do bebê informou que, por enquanto, não vai falar sobre o assunto.

Desde o dia do crime, o bebê é acompanhado pelo Conselho Tutelar Municipal, junto com a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, que foi acionada pela Polícia Militar, logo após a ocorrência. O Conselho Tutelar de Campo Largo também acompanhou o acolhimento.

"Agora a questão é toda jurídica. A avó materna já demonstrou interesse que quer ficar com o neto. Pela gravidade, agora a promotoria deve pedir para o juiz que decida rapidamente sobre o caso. Caso a guarda seja autorizada, a família fica responsável por manter todos os cuidados do bebê", diz Cláudia Estorilio, diretora de Políticas Públicas e Planejamento, na qual os Conselhos Tutelares estão vinculados em Curitiba.

No momento do atentado, a criança estava no colo da mãe, que morreu na hora. Por conta do forte barulho causado pelos tiros, o bebê estava assustado e chorava muito. A princípio, ele não aparentava estar ferido e para que se acalmasse foi acalentado por alguns moradores da região.

Quando envolve uma situação como essa, existe uma celeridade no caso, já que não sabemos se havia a intenção de matar o bebê também. Não podemos ficar esperando e temos que acolher imediatamente. A criança foi atendida integralmente, encaminhada ao acolhimento e quando foi dado banho foi visto que ela estava ferida no pé. Então ela foi levada ao hospital. No local do crime, acharam que o bebê estava sem ferimentos, apenas sujo com o sangue da mãe.

Os corpos das vítimas vão ser enterrados ainda hoje.

O casal, dono do veículo, foi atingido pelos disparos e está internado, porém não corre risco de morte. Eles já foram ouvidos pela polícia.

Disputa de facções criminosas

A Polícia Civil do Paraná trabalha com a suspeita de que disputas de grupos criminosos tenha sido a causa das mortes.

Para o delegado Thiago Nóbrega, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, o número de grupos rivais tem crescido no Paraná, em especial em Curitiba.

"Já temos várias investigações em andamento. Estamos vivendo uma guerra de facções que envolve Curitiba, região metropolitana, litoral e interior do Estado. Não descartamos as participações de criminosos de outros estados que estão querendo avançar na cidade e dominar os pontos para expandir o comércio de entorpecentes", afirmou Nóbrega.

Até agora, ninguém foi identificado e preso.