Petrópolis: Prefeitura vai limitar acesso a áreas de trabalho dos bombeiros
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), disse hoje que irá limitar o acesso das pessoas a certas áreas da cidade para que o Corpo de Bombeiros possa "atuar com mais celeridade". Com isso, a área do epicentro, na região do morro da Oficina - uma das mais afetadas da cidade - deve ter acesso apenas para profissionais.
"Nós tomamos algumas decisões importantes para que a gente possa, cada vez mais, priorizar o resgate das vítimas, que é a parte mais difícil, e prioridade número um. Porque, afinal de conta, os seus entes queridos têm direito de poder ter a constatação que aquele ente mais amado não vai estar mais presente na vida deles. Então a gente precisa priorizar essa ação", disse, em entrevista à Globo News na noite desse domingo.
Com mais de 150 mortos, o temporal ocorrido na terça-feira (15), é o mais letal da história da cidade. Desde então, famílias têm se movimentado para encontrar parentes em meio aos deslizamentos. Alguns deles reclamam da falta de apoio e presença de equipes profissionais nos locais.
A reportagem do UOL esteve no alto do Morro da Oficina na quarta (16) e testemunhou, naquele momento, a ausência de bombeiros no local.
Ontem, por exemplo, no quarto dia de buscas com as próprias mãos, Marcelo Costa, 49, encontrou o corpo de sua esposa, Simone Raesk Moura, 49, próximo ao local em que moravam, no alto do Morro da Oficina.
Outros moradores também relataram casos de procura solitária por desaparecidos, sem a presença de equipes profissionais de busca. Num deles, o pai de um rapaz de 17 anos, que desapareceu após o ônibus onde estava ser levado pela enchente, foi içado num rio para tentar encontrar o filho.
Prefeito cobra apoio federal
Questionado sobre o que já foi feito na cidade para apoiar os moradores, e evitar que eles se instalem em áreas de risco, o prefeito Rubens Bomtempo disse que a administração municipal construiu "diversos conjuntos habitacionais". No entanto, não deixou de cobrar apoio do governo federal para resolver o problema da região.
"Tem muito problema, são problemas históricos que a gente vive. Inclusive lá no Morro da Oficina, que é a área mais atingida, é uma área federal", ressaltou.
O chefe do Executivo municipal destacou que projetos devem ser construídos "em cima de um plano nacional de defesa civil, habitação popular". Para ele, o município pode fazer sua parte oferecendo terreno e infraestrutura "para que o estado e a união possam dar também a sua contribuição nesse papel".
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