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Identificação por DNA de desaparecidos em Petrópolis pode levar até 60 dias

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

21/02/2022 13h57Atualizada em 20/07/2022 12h26

A Polícia Civil criou uma força-tarefa para localizar e identificar por meio de DNA os desaparecidos após as chuvas que atingiram Petrópolis na última terça-feira (15). A coleta do material genético de familiares de pessoas dadas como desaparecidas começou hoje.

Todo o processo de cruzamento entre a amostra genética coletada do familiar e a recolhida dos corpos pode levar até 60 dias, de acordo com a polícia. O Corpo de Bombeiros contabilizou hoje 180 mortos. Entre as vítimas, ao menos 165 foram identificadas. De acordo com a Polícia Civil, 110 pessoas são consideradas desaparecidas.

O mutirão começou hoje no Clube Petropolitano, no centro da cidade. No local foi instalada uma extensão da DDPA (Delegacia de Descoberta de Paradeiros) para que as famílias registrem o boletim de ocorrência do desaparecimento.

De acordo com a Polícia Civil, todo processo interno do sistema começa a partir de um registro de ocorrência, por isso a necessidade do documento.

Além disso, caso as amostras coletadas não encontrem amostra correspondente nos corpos não identificados, será iniciado um processo de judicialização do desaparecimento da pessoa para que ela conste oficialmente como desaparecida.

A Defensoria Pública esteve no local para dar orientações dos próximos passos.

A Polícia Civil estima que cerca de 30 famílias possam ser atendidas por dia no ponto montado no Clube Petropolitano, mas familiares também podem fazer o mesmo processo no IML (Instituto Médico-Legal). Um ônibus foi disponibilizado para levar familiares ao clube.

Por que utilizar o DNA?

O DNA é o método restante quando as outras possibilidades de identificação são eliminadas, como digital e identificação facial.

A natureza das mortes contribui para a não identificação —os corpos podem ser encontrados em estado avançado de decomposição ou, pior: apenas pedaços, os chamados despojos.

Com o material coletado na bochecha, um programa busca correspondência entre as amostras coletadas nos corpos. Dependendo do estado em que os corpos sejam encontrados, a amostra pode ser do sangue, de um músculo ou, em último caso, dos ossos.

A Polícia Civil entrou em contato os familiares que já haviam registrado ocorrência, para a coleta, mas mantém o posto aberto para todos que têm familiares desaparecidos.