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Número de mortes em decorrência das chuvas em Petrópolis passa de 200

21.fev.2022 - Tragédia em Petrópolis - Lucas Landau/UOL
21.fev.2022 - Tragédia em Petrópolis Imagem: Lucas Landau/UOL

Do UOL, em São Paulo

23/02/2022 18h17Atualizada em 23/02/2022 22h17

O número de mortes em decorrência dos deslizamentos provocados pelas chuvas em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na semana passada, passou de 200 nesta quarta-feira (23), de acordo com boletim divulgado nesta tarde pela Polícia Civil. Ainda há 51 pessoas desaparecidas.

Entre as pessoas mortas, há 124 mulheres e 80 homens. Do total, 39 são crianças ou adolescentes. Foram identificados 188 corpos, sendo 180 liberados e entregues a funerária, dois à disposição dos serviços funerários e seis ainda aguardam familiares para preenchimento da certidão de óbito. Sete despojos foram liberados e entregues à funerária; outros três aguardam identificação. Segundo o boletim da polícia, sete corpos que não foram reconhecidos por familiares passam por coleta de DNA.

A Assistência Social atende 905 pessoas nos 14 pontos de apoio espalhados pela cidade.

As pessoas que precisaram sair de suas casas por conta dos deslizamentos e não podem ser acolhidas por familiares estão sendo orientadas a se instalarem em pontos de apoio, como as escolas da cidade.

Até o momento, 166 vítimas foram sepultadas no Cemitério do Centro; 13 enterros ocorreram na tarde desta quarta.

Equipamentos parados

Nesta quarta (23), o UOL informou que nove equipamentos que foram instalados em 2016 pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) para acompanhar em tempo real deslizamentos de terra estão parados desde janeiro de 2018 por falta de verba do governo federal para a manutenção. Uma das ETRs (Estações Totais Robotizadas) deveria funcionar na cidade de Petrópolis.

De acordo com o Cemaden —órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações—, os equipamentos precisam ser calibrados e receber manutenção periódica em laboratório para que possam funcionar. No entanto, isso não ocorreu nos últimos anos por falta de recursos.

Além de Petrópolis, outras duas cidades na região serrana do Rio deveriam contar com as estações: Nova Friburgo e Teresópolis. Angra dos Reis, no litoral do estado, também deveria ter o equipamento. Completam a lista Mauá e Santos (SP), Blumenau (SC), Recife (PE) e Salvador (BA).

As ETRs exercem um papel complementar ao monitoramento pluviométrico e de umidade do solo. Os equipamentos detectam deslizamentos que podem atingir imóveis em poucos minutos e, nessas ocasiões, não são tão eficientes para emissão de alertas a tempo de evitar um desastre. No entanto, as ETRs têm função importante para planejamento e pesquisa.

A reconstrução

O governo estadual autorizou, na sexta (18), gastos de R$ 150 milhões para obras emergenciais em cinco áreas prioritárias em Petrópolis, como a rua 24 de Maio, rodovia Washington Luiz, praça Conde D'eu e na rua Teresa, conhecida pelo comércio.

Ainda haverá trabalhos no Túnel Extravasor do Palatinado, que teve sua galeria rompida, interditando parcialmente algumas vias.

Um documento interno do Corpo de Bombeiros da última quinta (17), obtido pelo UOL, aponta a falta de materiais básicos para a atuação dos militares fluminenses no resgate de vítimas da tragédia em Petrópolis, na região serrana do Rio.