Topo

Esse conteúdo é antigo

Pai de Henry comemora aprovação de lei inspirada no filho: 'Grande vitória'

O engenheiro Leniel Borel e o filho Henry, morto em 8 de março de 2021 - Arquivo Pessoal
O engenheiro Leniel Borel e o filho Henry, morto em 8 de março de 2021 Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

23/03/2022 09h32Atualizada em 23/03/2022 09h33

Leniel Borel, pai do menino Henry, comemorou a aprovação da lei que leva o nome do filho e prevê o aumento da pena para homicídios praticados contra menores de 14 anos.

O projeto, aprovado ontem pelo Senado, determina o aumento da pena de um terço até metade do tempo de condenação, que vai de seis a 20 anos de reclusão, segundo o Código Penal, caso o crime seja praticado contra crianças portadoras de deficiência e em dois terços se o autor for a mãe, pai, padrasto, madrasta, tio, irmão ou funcionário da casa da vítima.

Leniel agradeceu a aprovação unânime do Senado, com 76 votos a favor da alteração do texto, e afirmou que a decisão é uma "grande vitória para as crianças" do Brasil.

"Obrigado a todos por esta grande vitória pelas nossas crianças, pelo nosso Brasil! Gratidão aos nobres Senadores(as), aos Ilmos Deputados(as), os quais representam uma grande nação que clama por justiça:
76 votos = Sim e 0 votos = Não, é o que verdadeiramente nos representa!", escreveu o engenheiro.

Ele ilustrou o texto, compartilhado em suas redes sociais, com um vídeo unindo diversas fotos do filho. Para Leonel, o projeto é um "marco" na defesa das crianças e adolescentes

"As nossas crianças precisam ser protegidas! Hoje o Brasil inteiro torceu, chorou e vimos juntos um marco na história em defesas das crianças e adolescentes. Assim como eu, existem também outros pais na mesma situação caótica e monstruosa, sem seus filhinhos, sem seus amores, roubados desta vida por tamanha brutalidade. Hoje tenho representado esses pais, com uma luta grandiosa, porém árdua a seguir. Junto com estes milhares de pais brasileiros que lutam por justiça pelos seus filhos e contra todos os monstros agressores de crianças", declarou o pai de Henry.

"A Lei Henry Borel não se aplica na justiça pelo meu filhinho, mas criará mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra qualquer criança e adolescente do nosso país (...). Juntos podemos fazer a diferença, pois sempre seremos mais fortes unidos! Filho, a sua morte despertou um desejo de justiça em toda uma nação. Hoje não é apenas o papai que luta por você, mas o Brasil inteiro está lutando por você e todas as crianças vítimas de maus-tratos", concluiu Leonel, enviando um recado para o menino, morto em 8 de março do ano passado.

O ex-vereador Dr.Jairinho, padrasto do menino, e a professora Monique Medeiros, mãe da criança, respondem pelo crime e serão julgados pela Justiça.

A proposta aprovada ontem, que será avaliada novamente pela Câmara após passar por alterações, também inclui os assassinatos de menores de 14 anos na lista de crimes hediondos.