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Caso Henry: Monique deixa Bangu quase um ano após prisão

Monique Medeiros, mãe de Henry, é escoltada por policiais ao deixar a 16ª DP na Barra da Tijuca, no Rio, após ser  presa - Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Monique Medeiros, mãe de Henry, é escoltada por policiais ao deixar a 16ª DP na Barra da Tijuca, no Rio, após ser presa Imagem: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

05/04/2022 21h56Atualizada em 05/04/2022 22h39

Monique Medeiros deixou o presídio de Bangu, hoje, após decisão do Tribunal de Justiça do Rio que ordenou a soltura da mãe do menino Henry Borel com uso de tornozeleira eletrônica. Monique é ré, junto com o ex-vereador Jairo Santos Souza, o Dr. Jairinho, no processo que apura a morte do menino de 4 anos em março de 2021.

Por meio de nota, a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) disse que Monique deverá comparecer à Coordenação de Monitoramento Eletrônico no prazo de cinco dias para instalação da tornozeleira eletrônica.

"A decisão judicial para libertar Monique Medeiros para cumprimento de prisão domiciliar foi cumprida, seguindo os requisitos do alvará recebido pela unidade prisional na noite desta terça-feira, dia 5", diz a secretaria.

Na decisão que determinou a soltura de Monique, a juíza da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Elizabeth Louro, exigiu que a mãe de Henry só fale com familiares ou advogados e não faça publicações em redes sociais. A juíza citou ameaças que a mãe de Henry relatou estar sofrendo na cadeia.

A juíza afirma estar ciente de um "furor público" contra a mãe de Henry, que avalia não ser "coerente nem proporcional" em relação ao processo, mas avalia que a manutenção da prisão preventiva também não a protege.

Henry sofreu 23 lesões pelo corpo

Os laudos periciais apontam 23 lesões no corpo do menino, e que Henry morreu em decorrência de hemorragia interna e laceração no fígado causada por ação contundente.

O casal foi preso em 8 de abril de 2021. Em 6 de maio do ano passado, o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou Jairinho por homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha. Já Monique foi denunciada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.

"O crime de homicídio foi cometido por motivo torpe, eis que o denunciado decidiu ceifar a vida da vítima em virtude de acreditar que a criança atrapalhava a relação dele com a mãe de Henry", afirmou o promotor de Justiça Marcos Kac, no texto da denúncia.

No dia 10 de fevereiro, Monique e Jairinho foram foram à 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro para serem interrogados. Monique falou por mais de 10 horas, mas o ex-vereador negou-se a dar sua versão sobre os fatos.