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Chef que sumiu há 20 dias liga para marido e diz que está na Inglaterra

Arquiteto e chef (dir.) se casaram em setembro de 2021 após polêmica mudança de noivo - Arquivo pessoal
Arquiteto e chef (dir.) se casaram em setembro de 2021 após polêmica mudança de noivo Imagem: Arquivo pessoal

Do UOL*, em São Paulo

27/04/2022 11h18Atualizada em 27/04/2022 14h26

O chef de cozinha Hugo Barbosa de Oliveira, 44, entrou em contato pela primeira vez com o marido, o decorador Eder Meneghine, 60, após quase um mês desaparecido. Segundo o arquiteto e decorador, Hugo teria feito uma ligação por um telefone público em Londres ontem, por volta das 10h35 da manhã, e a conversa demorou cerca de um minuto.

"Foi uma ligação muito ruim e eu depois conferi o telefone e vi que era de Londres, de um telefone público. Ele deve ter pegado um cartão e feito essa ligação de um minuto. A voz estava muito diferente. Eu perguntei onde ele estava e ele disse que queria saber do cachorro dele, que tinha ido para a Inglaterra e depois conversava melhor comigo", contou Meneghine, ao UOL.

Ainda, segundo o arquiteto, o marido informou que deve retornar ao Brasil no próximo mês.

Ele ainda falou que deve voltar em maio, depois disse que não tinha mais crédito e simplesmente a ligação caiu.

Meneghine ainda afirmou que esse foi a primeira informação que ele, amigos e familiares de Hugo tiveram neste último mês.

Estamos na mesma situação de antes. A única coisa que modifica é que ele tá vivo. Pela voz, ainda que estivesse diferente, parece que ele está bem. Mas a gente continua sem saber sobre o paradeiro. Só que ele está dentro do Reino Unido.

Vizinhos relataram que Hugo deixou o imóvel no dia 5, na casa da Gigóia, falando que viajaria para Londres para passar 45 dias. Ele faria um curso de especialização com o chef Jaime Oliver — referência na cozinha britânica. No entanto, Meneghine informou que descobriu que o curso em questão era online.

"Onde ele está, o que foi fazer? Quem viaja para o exterior sem dizer aonde vai? Que curso é esse que ele foi fazer? A gente teve informações que [o curso] era online. Por que ele precisava viajar?", questiona ele.

"Tudo é um mistério. Nós não tivemos nenhum tipo de briga, nenhum confronto. Inclusive, morávamos em casas diferentes", explica Meneghine, relatando ainda que Hugo tinha dificuldades de locomoção, o que levanta mais suspeitas sobre a ida até outro país.

Meneghine registrou um B.O. (Boletim de Ocorrência) no dia 11 de abril, na Delegacia da Barra da Tijuca. Desde então, ele afirma que não teve retorno da polícia a respeito do paradeiro de Hugo. Ao UOL, A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou apenas que Hugo já foi encontrado e o caso foi concluído.

"Nunca me ligaram. Não consigo entender o descaso da polícia. Nunca tive noção ou notificação que o caso tivesse sido concluído. Desde o dia 11, quando eu estive na delegacia, nunca em nenhum minuto houve uma manifestação da polícia voltada ao assunto", diz Meneghine.

A Polícia Civil ainda informou à reportagem que a delegada responsável pelo caso não dará entrevistas no momento.

Repercussão do caso

O arquiteto acredita que, devido à repercussão do caso, Hugo tenha conseguido contatá-lo para mostrar que estava vivo. "Os grandes investigadores foram os amigos e a imprensa. Talvez isso deve ter chegado a ele por outros meios e feito ele ligar com a preocupação que tinha o cachorro. Não sei como ele perdeu o celular e não tive tempo para perguntar isso", disse. "Eu agradeço muito a imprensa e os amigos pela realização de escutar a voz dele depois de quase um mês sumido porque se fosse depender da Polícia, não ia acontecer."

Após a situação ganhar notoriedade, Meneghine disse ter recebido dezenas de ligações com pessoas interessadas em supostos negócios realizados com Hugo antes do desaparecimento dele.

"O Hugo tinha uma coleção de peças da Versace [marca italiana de moda de luxo] e uma pessoa me ligou afirmando que tinha feito um pix para ele de R$ 300 para a compra de uma peça e que não recebeu ela, que achava que Hugo não tivesse tido tempo de entregar. Mas, como R$ 300 em peças que valem trinta vezes mais? Uma outra mulher ainda falou que pagaria o dobro do que teoricamente havia pago por outra peça se eu mandasse entregá-la na casa dela. Não sei se ele realmente vendeu. Ele não tinha conta bancária."

Meneghine afirma que, agora, pretende aguardar o desfecho. "Agora a única condição que tenho é esperar. Eu já desgastei todos os pedidos cabíveis."

Relembre o romance

Eder e Hugo viveram juntos por dez anos, terminaram e só se reaproximaram no ano passado, pouco antes do casamento. O chef de cozinha aceitou um pedido de matrimônio de Éder de última hora, após ele terminar com o então namorado, Dyls Reis, 23, horas antes.

A troca de noivo no dia anterior à festa surpreendeu até mesmo os convidados. A união foi celebrada no dia 7 de setembro, no Solar das Palmeiras, na Ilha da Gigóia, na zona oeste do Rio, onde Meneghine também reside.

"Nós nunca entendemos o motivo de nos separarmos e lembrei na hora que existia alguém que ia me fazer feliz. A gente estava sempre junto. Se falava dia sim, dia não. Ele estava sempre comigo. Existem vários tipos de amor, né?", disse em entrevista ao UOL, na ocasião.

Meses após o casório, alguns veículos de imprensa chegaram a noticiar que o casamento de Éder e Hugo havia terminado e que o decorador havia reatado com o antigo noivo, com quem também dividiria a administração dos negócios, mas o decorador negou a informação ao UOL.

*Com informações de Marcela Lemos