Topo

Esse conteúdo é antigo

PF diz que denúncia de morte de ianomâmis vem de ONG; investigações seguem

Reserva indígena ianomâmi, no coração da floresta amazônica - REUTERS/Bruno Kelly/
Reserva indígena ianomâmi, no coração da floresta amazônica Imagem: REUTERS/Bruno Kelly/

Do UOL, em São Paulo

06/05/2022 16h15

O delegado Daniel Pinheiro Leite, na frente das investigações sobre o possível estupro de uma menina ianomâmi, afirmou hoje que as informações do caso "se originaram de um vídeo institucional de uma ONG". A informação foi dada em uma coletiva de imprensa. O delegado também informou que as investigações continuam.

De acordo com a Polícia Federal, já está "comprovado que a natureza da denúncia não condiz com os fato concretos e reais". A violência teria acontecido no final de abril e foi denunciada pelo presidente do Condisi-YY (Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana), Júnior Hekurari Yanomami.

Segundo a denúncia, a menina de 12 anos teria sido estuprada e morta, enquanto outra criança teria sido afogada e sua mãe violentada sexualmente. Os culpados pelo caso seriam garimpeiros que invadiram a comunidade do Arakaça, em Roraima.

No entanto, a linha do tempo, de acordo com a PF, foi que as informações da denúncia vieram de um vídeo de uma ONG, que foi assistido por um indígena - que repassou os dados do caso a outro membro de sua comunidade.

"Este segundo indígena inferiu, a partir dos elementos que tinha, que membros de sua comunidade teriam sido vítimas da violência apresentada no vídeo. Tal fato o teria levado a entrar em contato com a liderança indígena responsável pela formalização da denúncia", escreveu a PF em nota sobre a coletiva de imprensa.

Depois da denúncia, indígenas teriam desaparecido

A mesma liderança que denunciou o estupro também denunciou que vários membros da comunidade Ianomâmi desapareceram após conflito com garimpeiros. Essa resultou em uma grande movimentação nas redes, em volta da pergunta "cadê os Yanomâmis?".

A investigação da PF apontou que ao menos 9 indígenas moram na tribo, onde o estupro teria acontecido. A própria liderança ianomâmi descobriu que alguns membros mudaram-se para outra comunidade após a repercussão da denúncia.

De acordo com a Polícia também, a aldeia foi visitada e encontrava-se na mesma condição - informação apresentada em resposta à queima de uma de uma das cabines da comunidade.