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Caso Henry: 'Mãe que não protege o filho deve ficar presa', diz Leniel

(14.dez.2021) Leniel Borel, pai de Henry, com camiseta estampando foto do filho, morto em 2021 - Daniele Dutra/UOL
(14.dez.2021) Leniel Borel, pai de Henry, com camiseta estampando foto do filho, morto em 2021 Imagem: Daniele Dutra/UOL

Do UOL, em São Paulo

29/06/2022 09h58Atualizada em 29/06/2022 09h59

Leniel Borel se disse "aliviado" com o retorno da ex-mulher, Monique Medeiros da Costa e Silva, para a cadeia. Ela é ré em um processo com o ex-namorado, o ex-vereador Jairinho, pela morte do filho Henry, 4, em março do ano passado.

Ela havia sido posta em prisão domiciliar em abril deste ano, com o uso de tornozeleira eletrônica, em uma decisão que mencionou as ameaças que a mãe da criança sofria na cadeia. Já ontem, os desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio decidiram por unanimidade revogar a soltura.

"A Monique é mãe, deveria, no mínimo, ter protegido o filho, mas não o fez. Mãe que não protege o filho já deveria ficar presa. Além disso, há a possibilidade de ter ainda participado ativamente do crime. E estamos falando de crimes gravíssimos, de homicídio, de torturas. Sinto alívio com a decisão e vejo que a justiça realmente está sendo feita", declarou o engenheiro, ao jornal carioca O Globo.

Durante a sessão realizada ontem, o relator da ação, o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, discordou dos argumentos para soltura apresentados pela juíza Elizabeth Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio, que afirmou que Monique era alvo de um "furor público" que não é "coerente ou proporcional" em relação ao processo. Além disso, ela afirmou que a prisão preventiva da ré "não favorecia a garantia de ordem pública", já que a mulher era alvo de ameaças na prisão e, fora dela, não manifestou a intenção de coagir testemunhas do caso.

Para o magistrado, o fato de a professora estar em um local sigiloso dificulta fiscalização pelo Ministério Público e também diminui o poder do Estado de assegurar sua integridade física. Ao decidir pela volta de Monique à prisão, Almeida Neto classificou a soltura como uma "quimera jurídica" no caso, já que a ré estava em prisão domiciliar e sob monitoração por tornozeleira, o que chamou de situação híbrida.