Família acusa PM por morte de mulher em operação no RJ: 'Fomos alvejados'
Dois moradores do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, acusam a Polícia Militar de ter matado uma mulher que seguia a caminho de casa durante uma operação realizada ontem. Em entrevista à TV Globo, Denilson Glória, namorado de Letícia Marinho de Sales, diz que teve o carro alvejado pela PM e que isso provocou a morte da companheira. A versão é corroborada por Jaime Eduardo da Silva, primo de Glória, que também estava no veículo.
Denilson Glória conta que levava a namorada para casa quando parou em um semáforo e o carro foi alvejado. "Não estava havendo confronto, chegando no sinal eu parei. Mesmo assim, eles vendo os vidros abertos, alvejaram o carro", disse ele. Após isso, a namorada foi atingida e morreu. "Eu vi ela caindo para o meu lado, quando olhei tinha um furo no peito".
Também presente no carro, Eduardo da Silva ficou ferido por causa dos estilhaços e acusa a polícia. "Fomos alvejados por policiais despreparados, desqualificados, saindo de casa para ir trabalhar. Não tinha bandido. Não estava tendo tiroteio".
Ao UOL, a PM disse que "a investigação do caso está a cargo da Polícia Civil" e que estão acompanhando e colaborando integralmente com todos os procedimentos.
Operação deixa 17 mortos
A operação realizada ontem deixou ao menos 17 pessoas mortas, apreendeu apenas sete armas —quatro fuzis, uma metralhadora .50 e duas pistolas— e prendeu cinco pessoas. Um suspeito procurado no Pará está entre os detidos. Segundo as polícias, os alvos da operação eram criminosos do Comando Vermelho, que domina o Complexo do Alemão.
Anteriormente, a Polícia Civil havia informado que Roberto de Souza Quimer, 38, era um dos mortos, mas retificou a informação às 18h de hoje (22), o que totaliza 17 mortos no dia 21 de julho. O UOL atualizou todas as reportagens sobre o caso com a informação correta.
A PM confirmou que 400 agentes participam da operação no Alemão, com o auxílio de quatro aeronaves e dez veículos blindados. A ação policial teve início na madrugada e durou 12 horas. Ela foi feita com equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar e da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais) da Polícia Civil.
Na comunidade da Fazendinha, a base da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) foi "atacada por criminosos, que também derramaram óleo em via pública e atearam fogo em objetos", segundo a corporação.
Além da presença no Alemão, policiais militares do 3ºBPM (Méier), do 41ºBPM (Irajá) e de outros batalhões do 2º Comando de Policiamento de Área foram às nas comunidades de Juramento e Juramentinho.
A operação aconteceu sob a ADPF 365, que proíbe operações policiais nas favelas do Rio durante a pandemia.
De acordo com a Polícia Civil, os mortos ainda estão sendo identificados. A assessoria da corporação prevê a divulgação de todas as identificações até a próxima segunda-feira (25).
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