Polícia do Rio recua e afirma que total de mortos no Alemão é de 17
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou na noite de hoje (22) que o número total de mortos na operação policial do Complexo do Alemão de ontem (21) é de 17. Anteriormente, a corporação afirmou que o número de mortos era de 18, incluindo o policial militar Bruno de Paula Costa.
Na retificação enviada à imprensa por volta das 18h, a Polícia Civil afirma que Roberto de Souza Quimer, 38, na verdade, ficou ferido durante a ação e, posteriormente, foi preso em flagrante. Entre os mortos identificados, ao menos quatro não possuem anotações criminais.
Hoje, mais uma mulher morreu no Complexo: Solange Mendes da Silva, 49, foi vítima durante tiroteio. Moradores acusam a Polícia Militar, que nega.
'É o que o governador tem pra gente? Entrar e matar?', diz filha de vítima
A família de Letícia Marinho Salles, 50, fez hoje duras críticas ao governador Cláudio Castro (PL) e à política de segurança do estado do Rio de Janeiro. Ela está entre os 17 mortos da operação policial realizada ontem no Complexo do Alemão.
Um policial totalmente despreparado atirou na minha mãe. É isso que o governador tem pra gente? Entrar e matar? Toda vez ele só vai mandar matar? A polícia do Rio de Janeiro está aprendendo o quê? A matar um trabalhador?"
Jéssica Salles, 33, filha de Letícia
Mãe de dois filhos, Jéssica —que esteve com a irmã na manhã de hoje no IML (Instituto Médico-Legal) para a liberação do corpo— também criticou policiais que invadem casas em comunidades.
As filhas de Letícia descreveram a mãe como uma mulher prestativa e trabalhadora. Há 12 dias, elas enterraram a avó materna e lamentam mais uma perda em um espaço tão curto de tempo.
PM morto deixa dois filhos autistas
Pai de dois filhos autistas, o PM De Paula, como era conhecido pelos colegas, foi atingido ainda no início da incursão, às 5h39 de ontem, de acordo com o registro de ocorrência ao qual o UOL teve acesso.
Hoje, por volta das 10h30, a esposa do policial, Lidia Costa, esteve no IML (Instituto Médico-Legal) para a liberação do corpo do marido. A mulher definiu o marido como um "apaixonado pelo militarismo".
"Ele nasceu para isso. Era paraquedista, [foi] por sete anos. Foi cabo do Exército, também. Sempre teve paixão pelo militarismo. Excelente policial militar, excelente cabo do Exército. Todo mundo está chocado, a ficha não caiu", disse Lídia.
Após a perda do marido, Lidia lamentou pela criação, agora sozinha, dos filhos.
"Meu filho mais velho é autista severo, meu filho de 8 anos é autista leve. Uma tragédia. Eu peço que as pessoas continuem orando pela família. Peço saúde a Deus e força para poder criar meus dois filhos que vão precisar de mim."
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