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Paraguaia de 19 anos é presa suspeita de roubo em condomínio de luxo no ES

Tamara Romina Dias, 19, foi presa na semana passada e polícia afirma que ela faz parte de uma quadrilha especializada em furtos a condomínios - Reprodução/TV Globo
Tamara Romina Dias, 19, foi presa na semana passada e polícia afirma que ela faz parte de uma quadrilha especializada em furtos a condomínios Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para o UOL

25/07/2022 19h04

A paraguaia Tamara Romina Ramos Dimas, 19, foi presa suspeita de participar de um roubo em um prédio de luxo na cidade de Vitória (ES). Ela teve a prisão em flagrante convertida para preventiva neste domingo, após audiência de custódia. A jovem é investigada por supostamente fazer parte de uma quadrilha especializada em roubos e furtos em condomínios de luxo.

Gravações de câmeras de segurança obtidas pelo programa "Fantástico", da TV Globo, mostram como a suspeita conseguiu entrar no condomínio e acabou detida, no sábado (16). Nas imagens, ela chega por volta do meio-dia trajando tênis, shorts e camiseta, como se estivesse retornando da academia, e se passa por uma moradora, não sendo parada pelo porteiro. Duas horas depois, um homem, que ela vai receber pessoalmente no portão, entra no prédio.

Câmeras de monitoramento flagraram o momento em que Tamara recebe o comparsa e, momentos depois, sendo levada pela polícia  - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Câmeras de monitoramento flagraram o momento em que Tamara recebe o comparsa e, momentos depois, sendo levada pela polícia
Imagem: Reprodução/TV Globo

Os dois sobem de elevador, conversando. Segundo a polícia, o prédio não tem câmeras de segurança nos corredores. Um dos apartamentos foi arrombado e, no imóvel, estavam um casal e uma senhora de 97 anos. A idosa era mãe de uma mulher de 59 anos, que foi torturada para revelar onde estavam o dinheiro e as joias da família.

"Sensação de revolta né? Ela o tempo inteiro falando para ficar calada que eles matam mesmo", afirmou um parente das vítimas ao "Fantástico". "Mas a violência física foi ele que fez. Tiveram que torturar do jeito que foi, quebrando o dedo, amassando o dedo até quebrar", disse o esposo da vítima.

Após o crime, o casal tentou sair normalmente pelo portão de entrada do condomínio, mas alguns moradores teriam começado a gritar, para chamar a atenção do porteiro, que saiu correndo de dentro da guarita na direção da dupla. O homem conseguiu fugir com os objetos roubados, mas Tamara acabou detida pelo porteiro e levada pela polícia à delegacia.

A Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio, em conjunto com a 12ª Companhia Independente de Polícia Militar, prendeu Tamara em flagrante, em um condomínio de luxo na avenida Dante Michelini, no bairro Mata da Praia. Foram roubados, somente nessa ação, 20 mil dólares, 20 mil euros, R$ 10 mil em espécie, além de R$ 30 mil reais em joias. Um prejuízo total de mais de R$ 265 mil.

As investigações tiveram início em 2020. Tamara é suspeita de integrar uma quadrilha especializada em roubos e furtos em condomínios de luxo, que atua em diversos estados do Brasil.

Chave de fenda

No condomínio em Vitória, a dupla usou uma chave de fenda para arrombar a porta do apartamento das vítimas. Em uma mala pequena, foram colocados o dinheiro e as joias.

Após a dupla sair do apartamento com o produto do roubo, as vítimas começaram a gritar. Com isso, o porteiro acabou não abrindo o portão para a rua e partiu atrás dos criminosos. O homem conseguiu fugir pulando o muro do prédio, portando a mala com os objetos e o dinheiro.

Acuada, Tamara tentou ferir o porteiro com a chave de fenda, mas foi contida até a chegada da polícia. Um terceiro suspeito, que estaria do lado de fora do condomínio, ajudou na fuga do parceiro no crime.

Mandado de prisão

Tamara tinha um mandado de prisão em aberto no Rio de Janeiro pela prática de furto e também por associação criminosa. Dessa vez, ela foi autuada pelo crime de roubo qualificado e tentativa de latrocínio e encaminhada ao presídio, onde permanece à disposição da Justiça.

"O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, considerando que a autuada possui registros criminais, inclusive com mandado de prisão em aberto, bem como indícios de que a autuada participa de organização criminosa que vem praticando diversos roubos em Vitória", escreve o juiz Salim Pimentel Elias, no Termo de Audiência de Custódia.

A Defensoria Pública assumiu o papel da defesa de Tamara, que "requereu a liberdade provisória, com ou sem aplicação de medidas cautelares, destacando que a gravidade em abstrato do crime não justifica, por si só, a decretação da prisão preventiva, bem como que a indiciada nega o dolo do roubo, é tecnicamente primária e possui residência fixa", conforme consta nos autos da audiência de custódia.

O pedido da defesa foi negado e Tamara ficou presa preventivamente. O UOL procurou a Defensoria Pública do Espírito Santo para conferir se haveria novo posicionamento ou algo a adicionar ao alegado pela defesa na audiência, mas não recebeu atualização até o momento.

De acordo com o titular da Delegacia de Segurança Patrimonial da Polícia Civil, delegado Gianno Trindade, até o momento foram identificadas 11 pessoas dessa organização criminosa, que já foram presas em diversos estados do País. Somente no Espírito Santo, desde 2020, cerca de 14 imóveis foram alvos da quadrilha.

Os criminosos, explica Trindade, têm preferência por pessoas árabes, orientais, portugueses e judeus, que o bando acredita formar um perfil de quem guarda altas quantias de dinheiro dentro de suas residências.

Segundo o delegado, a quadrilha seleciona seus alvos por meios de sites hospedados fora do País. "É um banco de dados que tem informações como, endereço, telefone e os bens materiais das pessoas escolhidas por eles", afirmou.