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Nunes Marques revoga mandado de prisão contra bicheiro Rogério de Andrade

Antes de revogação de mandado de prisão, o contraventor Rogério de Andrade era foragido da Justiça - André Lobo/UOL
Antes de revogação de mandado de prisão, o contraventor Rogério de Andrade era foragido da Justiça Imagem: André Lobo/UOL

Do UOL, em São Paulo

02/08/2022 13h45

O ministro Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), revogou ontem o mandado de prisão preventiva contra o bicheiro Rogério de Andrade, alvo da Operação Calígula, deflagrada em maio para combater uma rede de jogos de azar liderada por ele. A organização criminosa comandada por Andrade tinha como um dos integrantes o ex-PM Ronnie Lessa, réu pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

O mandado de prisão havia sido expedido pela 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio. Desde então, Andrade estava foragido da Justiça.

Durante a força-tarefa, também foram presos os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém. Na execução de mandados de apreensão contra Adriana, agentes do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) encontraram R$ 1,8 milhão em dinheiro vivo.

Segundo o MP, a quantia foi encontrada em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e estava dentro de sacolas de lojas de roupas de grife e em uma mala.

A operação cumpriu 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão, mirando um total de 30 pessoas pelos supostos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Foram confirmadas 11 prisões, além da apreensão de oito aparelhos de celular, um notebook, um HD e um pen drive.

Ainda de acordo com o MP, a organização estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos ligados à segurança pública, como integrantes da Polícia Civil e da Polícia Militar do Rio.

Operação foi vazada, diz MP

O MP-RJ encontrou fortes indícios de que a Operação Calígula foi vazada para Cipriano.

De acordo com o promotor Bruno Gangoni, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), ao iniciarem as buscas na casa do delegado, os investigadores encontraram uma cópia da decisão da 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) que autorizou a operação.

"Isso indica, claro, o vazamento da operação e vai ser apurado no momento oportuno, imediatamente, nas instâncias cabíveis", disse Gangoni.