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Câmera de segurança registra assassinato de Jerominho no Rio; veja

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

05/08/2022 12h21

Uma câmera de segurança gravou o momento em que o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, foi assassinado a tiros de fuzil na tarde de ontem em Campo Grande, na zona oeste da cidade.

O ex-parlamentar, apontado pela polícia como fundador da milícia Liga da Justiça, aparece na rua, ao lado de um carro e acompanhado de um empresário, identificado como Maurício Raul Atallah, 80. Em seguida, um carro branco aparece e emparelha com o veículo das vítimas. Do veículo, saem três homens encapuzados e armados que efetuam os disparos.

As vítimas caem no chão e os criminosos fogem. A ação durou cerca de dez segundos.

Segundo a Polícia Civil do Rio, Jerominho foi atingido por dois tiros de fuzil: um na perna e outro no abdome. Ele foi resgatado com vida para o Hospital Oeste D'or, mas não resistiu aos ferimentos.

Atallah foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Municipal Rocha Faria em estado grave.

Após a ação, a PM informou que reforçou o policiamento na região. As investigações sobre o crime estão com a DH (Delegacia de Homicídios).

Jerominho foi assassinado a tiros de fuzil em Campo Grande, na zona oeste do Rio - Taís Vilela/UOL - Taís Vilela/UOL
Jerominho foi assassinado a tiros de fuzil em Campo Grande, na zona oeste do Rio
Imagem: Taís Vilela/UOL

Vereador já havia sido preso

Jerominho foi preso no fim de janeiro deste ano, mas foi solto uma semana depois. Na ocasião, havia contra ele um mandado de prisão por extorsão majorada com emprego de arma contra motoristas de vans que atuavam em Campo Grande - um dos redutos da milícia no Rio de Janeiro. O crime ocorreu em 2005.

Anteriormente, o ex-vereador já havia ficado preso por onze anos. Em 2011, ele foi detido por formação de quadrilha. Em 2008, o nome dele constava na lista de 227 indiciados na CPI das milícias. Ele foi solto em 2018.

Jerominho foi vereador no Rio por dois mandatos, entre 2001 e 2008, sempre eleito com grandes votações. No mesmo período conseguiu viabilizar a eleição do irmão Natalino Guimarães como deputado estadual em 2006.

Ele é apontado como fundador da milícia Liga da Justiça. O grupo mudou de nome em 2014, quando Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, foi alçado ao comando do grupo. Ex-traficante, Três Pontes foi morto pela Polícia Civil em 2017.

Ele foi sucedido no comando do grupo por seu irmão Wellington da Silva Braga, o Ecko, que comandou uma agressiva política de expansão da quadrilha para a Baixada Fluminense. Assim como o irmão, Ecko foi morto pela polícia em junho de 2021. Agora, o grupo é comandado Wallace da Silva Braga, o Zinho, irmão de Ecko.