Candidato do PT no Rio é ameaçado com pistola e identifica policial penal
O advogado Rodrigo Mondego, candidato a deputado estadual pelo PT no Rio de Janeiro, registrou hoje um boletim de ocorrência por ameaça com arma de fogo.
Mondego diz que estava com seu coordenador de campanha em um carro na rua General Caldwell, no centro do Rio, quando um outro automóvel tentou impedir a passagem. Nesse momento, diz o candidato, o motorista apontou uma pistola contra ele e afirmou: "Fica ligado, defensor de bandido, petista". Logo depois, o carro acelerou e só deu tempo para anotar a placa.
O motorista foi identificado pelo candidato como o policial penal aposentado Marcelo Rocha de Miranda.
A placa registrada no boletim de ocorrência na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) está associada ao veículo de uma idosa. Ao UOL, Mondego identificou um dos filhos da proprietária do carro como o motorista que a ameaçou.
A reportagem procurou Miranda por meio de mensagens de WhatsApp e telefonemas —no último deles, um homem atendeu e disse que Miranda não poderia falar porque estava dirigindo.
O policial penal não retornou as ligações, mas o espaço permanecerá aberto para manifestações. O UOL entrou em contato com a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) para obter informações sobre o status de Miranda como servidor, mas não obteve respostas até a publicação da reportagem.
Ao UOL, Mondego explicou que havia saído do comitê da campanha do candidato a governador Marcelo Freixo (PSB) e que seu carro tem adesivos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por isso, não sabe dizer se foi uma ameaça direta ou generalizada contra candidatos de esquerda.
Rodrigo Mondego faz campanha com o mote de defesa dos direitos humanos e integrou a Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ nos últimos anos, da qual se licenciou para disputar as eleições.
Ele diz acreditar que a ameaça, direcionada ou não, é um atentado contra a democracia e relembrou o assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, pelo bolsonarista Jorge Guaranho.
"É importante registrar para que essa escala de violência não faça outras vítimas", disse.
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