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Menina de 2 anos estava morta há 7h quando foi levada à UPA, diz Polícia

Sophia morreu aos 2 anos, em Campo Grande - Reprodução/Redes Sociais
Sophia morreu aos 2 anos, em Campo Grande Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

06/02/2023 20h07

Uma investigação da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul mostrou que a mãe de Sophia de Jesus Ocampo, morta aos 2 anos, sabia que a menina estava sem vida quando procurou atendimento médico. Stephanie de Jesus da Silva levou a filha a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Campo Grande, no dia 26 de janeiro, cerca de 7 horas após a morte da criança.

"Segundo o laudo necroscópico, [Sophia] teria morrido entre as 9h e 10h do dia 26 de janeiro, tendo dado entrada na UPA por volta das 17h", explicou a delegada da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Anne Karine.

O inquérito foi fechado na última sexta-feira (3) e encaminhado à Justiça dentro do prazo legal, que é de 10 dias para casos como este, no qual o réu está preso. A mãe e o padrasto da menina, Christian Campoçano Leitheim, estão detidos preventivamente.

Ainda conforme a delegada, os investigadores tiveram acesso a trocas de mensagens entre o casal, que mostraram uma tentativa de criar uma versão que justificasse a morte da criança.

Em uma dessas conversas, Christian pedia que Stephanie dissesse que Sophia havia caído no parquinho. Depois, ele sugeriu que a mãe da menina contasse a verdade à polícia, mas afirmou que se mataria na sequência.

Apesar disso, a polícia esclareceu que nenhum dos dois explicou a dinâmica da morte da menina. O laudo do IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) mostrou que a menina teve traumatismo raquimedular na coluna cervical. Além disso, constatou que Sophia estava com o hímen rompido, por violência sexual não recente.

O UOL procurou o advogado de Christian, e espera um retorno. No processo, não há profissional identificado como defesa de Stephanie. A reportagem tentou contato com a família da jovem através das redes sociais, e aguarda resposta.

Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/Redes Sociais
Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Dia da morte

A Polícia Civil foi acionada pela equipe médica que atendeu a criança e desconfiou que ela estaria morta há pelo menos 4 horas. Segundo a corporação, a menina tinha muitos hematomas pelo corpo.

Em conversa, os profissionais de saúde da UPA relataram ainda que Stephanie demonstrou certa frieza, e só se desesperou quando soube que a polícia havia sido acionada.

Após conversarem com a mãe da menina, os policiais foram até a casa onde a família morava. Chegando ao local, Christian disse que já esperava a chegada da polícia. Os dois foram presos em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e estupro de vulnerável, e encaminhados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC).

Na delegacia, o padrasto se reservou ao direito de ficar calado e falar somente em juízo. Já a mãe de Sophia disse que ela tinha passado mal e que estava com a barriga inchada porque havia comido muita maionese. Além disso, a mãe afirmou que já tinha batido na filha algumas vezes "de forma corretiva", mas que "nunca houve um espancamento".