Topo

Esse conteúdo é antigo

Homem ofereceu ajuda em vaquinha em troca de assassinato de grávida no RJ

Diogo Viola de Nadai é suspeito de ser o mandante do assassinato da engenheira Letycia Peixoto Fonseca - Reprodução
Diogo Viola de Nadai é suspeito de ser o mandante do assassinato da engenheira Letycia Peixoto Fonseca Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/04/2023 17h36

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu hoje o inquérito sobre o assassinato da engenheira Letycia Peixoto Fonseca, 31, que estava no oitavo mês de gestação, e indiciou o pai do bebê, Diogo Viola de Nadai, 37, como o mandante do crime.

O que aconteceu:

Quatro pessoas foram indiciadas pelo crime: Diogo, apontado como o mandante do assassinato; Dayson dos Santos Nascimento, suspeito de ter efetuado os disparos; Fabiano Conceição, apontado como o condutor da moto roubada no dia do crime; e Gabriel Machado, que teria articulado o crime com Diogo.
Viola, Dayson e Fabiano vão responder por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, sem chance de defesa, mediante paga e feminicídio com aumento de pena pelo fato da vítima estar gestante.
No momento, Gabriel cumpre prisão domiciliar por ter três filhas menores com deficiência. Na época do crime, Gabriel abriu uma "vaquinha" online para arrecadar dinheiro para o tratamento das filhas. Diogo teria procurado o amigo e condicionado sua contribuição financeira para o tratamento das meninas em troca de ele "matar uma mulher".
Em depoimento, Gabriel contou que Diogo o procurou na semana do Carnaval, quando tudo foi "combinado". No dia do assassinato, o professor ligou para Letycia para saber onde ela estava e, em seguida, avisou ao amigo.
A arma e a moto utilizadas no dia do crime não foram localizadas. As informações foram repassadas pela delegada Natália Patrão, da 34º DP de Campos dos Goytacazes (RJ).

Conforme Natália, Diogo teria arquitetado o plano para matar Letycia por ter uma vida uma dupla: ele era casado há alguns anos com Érika, quando se envolveu com Letycia, que foi sua aluna no passado. Ele mantinha uma relação desde 2015.

A delegada descreveu o comportamento do professor como "frio e calculista", e destacou que pessoas próximas a ele o descreveram como uma pessoa "muito conservadora e de família religiosa". A gravidez de Letycia o teria deixado receoso em relação ao seu casamento com Érika, além de "temer envergonhar a família". Essa seria a motivação do crime.

Diogo foi conduzido para a delegacia porque os policiais que atenderam a ocorrência estranharam a postura dele. A esposa e o filho estavam na UTI e ele não apresentava nenhuma reação de tristeza ou desespero. Estava calmo e tranquilo. Na delegacia o celular dele foi apreendido. Identificamos que ele trocou mensagens em tom de brincadeira, como se não estivesse preocupado com o que tinha acontecido com a Letycia".
Natália Patrão, delegada responsável pelo caso

Em depoimento, a esposa de Diogo, Érika, disse que ele tinha problemas com dívidas por fazer apostas em jogos, e ela teria emprestado R$ 30 mil para custear os débitos. Entretanto, a polícia suspeita que o professor usou o dinheiro para financiar a morte de Letycia.

Letycia Peixoto Fonseca foi assassinada com cinco tiros no dia 2 de março, na porta de sua casa, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Ela estava grávida de oito meses e chegou a ser submetida a uma cesárea de emergência. No entanto, o bebê morreu horas depois do parto.